O Manifesto do Vagabundo.: A ética do trabalho contaminou nosso prazer de viver. É hora de questioná–la.

A Revolução Industrial e o progresso tecnológico deveriam ser a nossa libertação de horas incessantes de trabalho. No entanto, uma perversa ética do trabalho sustentada por fodões como Thomas Edison e Benjamin Franklin levou populações inteiras a acreditar que tempo ocioso é algo a ser evitado. Essa “ética” distorcida gerou crises de estresse, depressão, suicídios e mortes pro fadiga no mundo inteiro (em japonês, existe até uma palavra específica para morte por excesso de trabalho, de tão comum que isso é no Japão: “karoshi”).É duvidosa a afirmação de que tais valores foram responsáveis pelo advento da lâmpada elétrica, dos computadores e de todo o conforto material atual. Poderíamos ter conseguido tudo isso em um ritmo mais lento, sem que vidas precisassem ser sacrificadas. A tecnologia deveria nos libertar, não nos manter escravos. Mas para isso, é preciso libertar as mentes. Já existe tecnologia suficiente para que toda a população mundial trabalhe 5 horas por dia, e todos tenham o suficiente de tudo. Já existem meios de acabar com o desemprego e fazer todos viverem confortavelmente. Mas para isso, é preciso questionar a máxima de que o trabalho por si só tem algum valor “moral”. Essa compilação da literatura pró-vadiagem feita por Tom Hodgkinson é um bálsamo libertador da culpa não só da preguiça, mas também de outros hábitos inofensivos contaminados por uma moral puritana: beber, fumar, fazer sexo, tirar uma soneca etc. Chega de sentir culpa pelo que não é errado! Para um mundo melhor, temos que ser mais gentis conosco mesmos. Temos que abolir a culpa por fazer algo que não seja trabalhar!