O FLAGELO DOS PÉS DESCALÇOS (RAPOSOVERSO)

O interior da grande montanha foi testemunha de um misterioso cortejo. Os deuses foram conclamados para responder ao apelo de uma mãe insatisfeita.
Tal demanda foi recebida com desagrado pelo panteão. As indeléveis montanhas tremeram com o ressoar de seu arbítrio, e os ecos lamuriosos desta mãe se calaram permanentemente.
O alvo de tamanho apelo, uma criança e sua deformidade. Uma dissonância, um ser fora da curva. Uma beleza roubada em meio a uma sociedade acostumada com a perfeição de seus traços.
Esquecido em sua clausura, a criança viveu e cresceu à margem da sociedade, cultivando em seu âmago a rudeza de uma alma sofrida, distinta dos demais de sua raça.
Sua existência tomará um novo rumo ao deparar-se com uma figura desconhecida e intrigante, que irá colocá-lo ante a presença de seus próprios temores, lhe revelando o que lhe foi escondido e fazendo-o enxergar de fato o seu verdadeiro propósito, se tornar o flagelo de um mundo indócil.