Chamo-me Alice, tenho 23 anos e vivo em Lisboa há pouco mais de um ano.
Antes, vivia numa vila pequena, rural e comunista onde as mulheres casam aos 18, não usam perfume porque não é decente e chegam aos 20 anos com cara de 50.
Nunca gostei do sítio onde cresci como uma ovelha verde no meio de desengonçadas ovelhas amarelas. Nunca gostei das pessoas, dos cheiros, das cores nem dos sons daquela vila perdida no espaço e no tempo.
Fugi dali com a pressa que pude mas levei, colada a mim como uma segunda pele, uma bagagem de revolta, insegurança e privação que haveriam de condicionar e ajudar a moldar a personalidade errática que sempre tive.
Na tentativa de usufruir de toda a liberdade que não tinha na vila onde cresci, fiz tudo o pude em Lisboa. Tive todo o tipo de experiências que desejei e também algumas que dispensava de boa vontade.
Entretanto, continuava a busca por mim mesma nos intervalos do trabalho que odiava e das noites em que esgotava toda a minha energia e vontade.
Nesses intervalos, procurava encontrar-me nas coisas que escrevia.
As coisas que escrevia eram apenas divagações desengonçadas sobre o que via, pensava e sentia.
São pedaços de papel sujos e amarfanhados no fundo de um bolso ou de uma mala esquecida.
Antes, vivia numa vila pequena, rural e comunista onde as mulheres casam aos 18, não usam perfume porque não é decente e chegam aos 20 anos com cara de 50.
Nunca gostei do sítio onde cresci como uma ovelha verde no meio de desengonçadas ovelhas amarelas. Nunca gostei das pessoas, dos cheiros, das cores nem dos sons daquela vila perdida no espaço e no tempo.
Fugi dali com a pressa que pude mas levei, colada a mim como uma segunda pele, uma bagagem de revolta, insegurança e privação que haveriam de condicionar e ajudar a moldar a personalidade errática que sempre tive.
Na tentativa de usufruir de toda a liberdade que não tinha na vila onde cresci, fiz tudo o pude em Lisboa. Tive todo o tipo de experiências que desejei e também algumas que dispensava de boa vontade.
Entretanto, continuava a busca por mim mesma nos intervalos do trabalho que odiava e das noites em que esgotava toda a minha energia e vontade.
Nesses intervalos, procurava encontrar-me nas coisas que escrevia.
As coisas que escrevia eram apenas divagações desengonçadas sobre o que via, pensava e sentia.
São pedaços de papel sujos e amarfanhados no fundo de um bolso ou de uma mala esquecida.
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): Alice Dias
- ASIN: B007KBKM7S
- Idioma: Português
- Tamanho: 77 KB
- Nº de Páginas: 27
- Categoria: Biografias e Histórias Reais
Amostra Grátis do Livro
Faça a leitura online do livro O Espetro, escrito por Alice Dias. Esse é um trecho gratuito disponibilizado pela Amazon, e não infringe os direitos do autor nem da editora.