O DEUS PERVERSO

Ao longo dos anos, muito se escreveu sobre a “Bíblia”, Deus e Jesus. A dificuldade é que temos é a de subsídios insuficientes para penetrar a fundo nestes três temas. Este foi um livro muito modificado no transcorrer do tempo, muitas informações foram retiradas e outro tanto de dados foi ali inserido.
No chamado “Livro Sagrado” dos católicos encontramos as descrições dos fatos mais estranhos, bizarros até. Analisando superficialmente este livro encontramos muitos eventos perturbadores e de difícil compreensão.
O principal deles é a gigantesca diferença existente entre o Deus comentado no “Antigo Testamento” e o apresentado pelo Mestre Nazareno, no “Novo Testamento”. Qual a razão de tamanha discrepância entre os relatos acerca de um mesmo Ser ou Força?
Quanto de história fantasiada e de história legítima está descrita na “Bíblia”? Os dados são escassos, e ainda existem documentos que não são muito confiáveis, pois foram muito mexidos, adulterados, etc.
Sem os esclarecimentos fornecidos pelos Espíritos Superiores nas obras da “Codificação Espírita” deparamo-nos com maiores dificuldades para entender o que verdadeiramente pode ser Deus. Compreender nosso Criador como um ser detentor de desejos de vingança, e outros mais, que Jesus afirmou serem inferiores para os seres humanos fica complicado demais.
Deus está acima de todas as questiúnculas humanas. Para darmos um bom exemplo, temos o caso dos filhos de Jacó que se vingam por sua irmã Diná. Não existe na “Bíblia” nenhum contexto de ordem moral para esclarecer os motivos desta história. Não está escrito no “Antigo Testamento” que a vingança é errada “aos olhos” de Deus.
Somente no “Novo Testamento” Jesus aborda a vingança como uma chaga para os homens. São contradições que criaram – e ainda geram – inúmeras polêmicas entre os estudiosos.
Muitos dos especialistas no estudo da “Bíblia” afirmam que sempre se deve levar em consideração o “conjunto da obra”. Entretanto, esse mesmo conjunto é confuso e cheio de armadilhas. E isso torna bastante complicado interpretar o que realmente cada autor desejou passar para a posteridade.
O mesmo Deus que deixou exemplos de perversidade, exterminou cidades inteiras sem nenhuma compaixão, é o Deus que cuida de nós? Estamos “fritos” então…
A “Bíblia” é uma revelação divina ou obra humana direcionada por entidades invisíveis e altamente questionáveis? Como Deus se comunica por intermédio de algumas pessoas e deixa outras de lado?
O simples motivo de um cidadão ser justo qualifica-o para receber comunicação diretamente de Deus? Qual linguagem Deus usou para se manifestar para os Seus escolhidos? Quantas outras pessoas justas existem nos dias de hoje e Deus não se comunica com elas.
A leitura literal da “Bíblia” pode conduzir ao erro de interpretação. Bem, isso nós sabemos. Entretanto, para compreender os textos bíblicos se torna necessário conhecer história antiga, idiomas e dialetos, mitologias do passado remoto, a maneira de pensar e de agir dos povos do Oriente Médio, etc. Caso contrário estaríamos apedrejando pessoas por ai como a própria “Bíblia” recomenda, porque nos dias de hoje existem milhares e milhares de pessoas que trabalham nos sábados, e outros indivíduos que traem seus cônjuges de forma descarada. Faltariam pedras no mundo.
Dizer que somente algumas partes desse livro servem para nós, e outras não, tira a principal característica de “sagrado” da obra. Como dimensionar o que pode e o que não pode? Ainda temos de considerar que a “Bíblia” se refere diretamente ao povo judeu, mas e os outros?