O Corvo e a Borboleta

Após a tentativa de massacre sofrida pelo clã de serviços Yatagarasu, muitas coisas na família desses Corvos se alteraram, desde as novas posições assumidas pelos cultivadores até a maneira de eles lidarem com as dificuldades que surgiram como consequência. Assim, após doze anos do incidente, os Yatagarasu se mostram novamente reajustados e plenos em suas capacidades e competências de cultivo e organização interna, cumprindo missões de investigação, exorcismo e proteção solicitadas pelos demais clãs, como sempre fizeram com uma gama alta de sucesso e reconhecimento. No entanto, um pequeno Corvo, Yatagarasu Fuyuki, se mostra aquém do esperado para o filho legítimo mais novo do antigo líder do clã.

Conquanto seu irmão mais velho, o vice-líder Ren, seja incrível em suas habilidades, um forte e austero cultivador, Fuyuki é um jovem garoto que, apesar de inteligente, não apresenta capacidade satisfatória para cultivos, o que o faz “pouco mais que medíocre” em espiritualidade, além de ele ser dono de uma personalidade contemplativa demais para sua idade. Isso, no entanto, vai se modificando conforme Fuyuki começa a ter o mesmo sonho repetidamente: deitado de bruços na lama, com o sangue fugindo de seu estômago e a chuva torrencial lhe cobrindo as costas, sua última visão é de uma borboletinha cor-de-pêssego pousando a sua frente, inatingível pela água a despencar do céu escuro. A partir daí, o pequeno Corvo começa a apresentar forças e comportamentos inusitados, o que o faz enxergar e seguir uma curiosa borboleta que surge pela mansão, mas que só ele é capaz de ver.

É assim que surge outro grande conto sobre um Corvo e uma Borboleta.