O construtor de Wittgenstein: Um jogo de linguagem em peça teatral de ato único
Por Rafael Duarte Oliveira Venancio“O construtor de Wittgenstein” é uma experiência em storytelling filosófico – ou seria, talvez, storytelling sobre filosofia – que desenvolvi baseado tanto no meu doutorado bem como nas minhas atividades posteriores de pesquisa, ensino e práxis.
Ludwig Wittgenstein possui o conceito de jogo de linguagem, conceito este de difícil apreensão, mas que dediquei meu doutorado a isso.
Lá, dissemos que o jogo de linguagem é posto normalmente pelo que foi escrito por Wittgenstein no parágrafo 23 das Investigações Filosóficas:
“Quantas espécies de frases existem? Afirmação, pergunta e comando, talvez? – Há inúmeras de tais espécies: inúmeras espécies diferentes de emprego daquilo que chamamos de “signo”, “palavras”, “frases”. E essa pluralidade não é nada fixo, um dado para sempre; mas novos tipos de linguagem, novos jogos de linguagem, como poderíamos dizer, nascem e outros envelhecem e são esquecidos. (Uma imagem aproximada disto pode nos dar as modificações da matemática.)
O termo “jogo de linguagem” deve aqui salientar que o falar da linguagem é uma parte de uma atividade ou de uma forma de vida. Imagine a multiplicidade dos jogos de linguagem por meio destes exemplos e outros:
Comandar e agir segundo comandos –
Descrever um objeto conforme a aparência ou conforme medidas –
Produzir um objeto segundo uma descrição (desenho) –
Relatar um acontecimento –
Conjeturar sobre o acontecimento –
Expor uma hipótese e prová-la –
Apresentar os resultados de um experimento por meio de tabelas e diagramas –
Inventar uma história, ler –
Representar teatro –
Cantar uma cantiga de roda –
Resolver enigmas –
Fazer uma anedota; contar –
Resolver um exemplo de cálculo aplicado –
Traduzir de uma língua para outra –
Pedir, agradecer, maldizer, saudar, orar
– É interessante comparar a multiplicidades das ferramentas da linguagem e seus modos de emprego, a multiplicidade das espécies de palavras e frases com aquilo que os lógicos disseram sobre a estrutura da linguagem (E também o autor do Tractatus Logico-philosophicus)”
No entanto, isto não bastava.
Para entender melhor o que seria um jogo de linguagem, especialmente um que desenvolve atividade de comunicação, desenvolvi um método chamado Jogo Lógico. Este método, além da tese do meu doutorado, está descrito no meu livro O jogo de linguagem: Wittgenstein, Teoria dos Jogos e Comunicação Social, disponível em ebook e em livro impresso na Amazon.
Em uma situação mínima de comunicação mínima – ou seja, com uma comunicação com emissão única e recepção única -, o jogo lógico demarca 65 posições de existência de um jogo de linguagem.
No meu doutorado e no meu livro, analiso o chamado Jogo de Linguagem nº 2 de Wittgenstein, que é a epígrafe do presente livro. As 65 posições de existência estão lá, listadas e analisadas. Vale a pena a consulta. Aqui, em O construtor de Wittgenstein, eu as uso para fazer storytelling a partir da experiência dramática. Nesta peça de teatro, as 65 posições não são postas na mesma sequência da análise do livro. Parte disso tem a ver com um efeito absurdista não-linear, parte para facilitar o engendramento do storytelling filosófico pretendido.
Reconheço que a inspiração aqui é beckettiana, que sabemos que tal como Wittgenstein, Samuel Beckett buscava os limites da linguagem com seus dramas, seja em teatro ou em rádio. Fico feliz de ter conseguido, pelo menos, arriscar algo que está no mesmo sentido tanto do filósofo que mais admiro como do dramaturgo que mais admiro.
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): Rafael Duarte Oliveira Venancio
- ASIN: B083CM83ZN
- Idioma: Português
- Tamanho: 3827 KB
- Nº de Páginas: 29
- Categoria: Arte, Cinema e Fotografia
Amostra Grátis do Livro
Faça a leitura online do livro O construtor de Wittgenstein: Um jogo de linguagem em peça teatral de ato único, escrito por Rafael Duarte Oliveira Venancio. Esse é um trecho gratuito disponibilizado pela Amazon, e não infringe os direitos do autor nem da editora.