O Colar de Diamantes e outros Contos Cruéis (Mestres da Literatura de Terror, Horror e Fantasia Livro 6)

Henri René Albert Guy de Maupassant (Tourville-sur-Arques, 5 de agosto de 1850 – Passy, 6 de julho de 1893) cultivou variados gêneros literários, mas foi no conto que o seu imenso talento reconheceu a forma inata de expressão. Era ele essencialmente contista. Ao lado de escritores como Allan Pöe, Tchekhov e O. Henry, elevou o gênero a dimensões merecidamente extraordinárias.

“O colar de diamantes” é um conto cruel: uma linda mulher, de parcos recursos, impelida pela vaidade fútil, realiza o sonho de brilhar, como uma fulgurante estrela, adereçada por uma joia que tomara de empréstimo, em uma festa elegante e concorrida; mas, pouco depois, arrastando consigo o pobre marido, precipita-se num universo de implacáveis privações físicas e dolentes torturas morais.

Não menos cruel é o conto “O horrível”: um general de exército explica-nos que um homem que morre, mesmo nas condições mais dramáticas, não causa o horror. Para que se experimente o horror, é preciso mais que o espetáculo de uma morte terrível. É preciso um pavor anormal. E, para exemplificar o que pontifica, Maupassant narra duas histórias, passadas em campanhas militares, onde o horror assume a sua fisionomia mais aterradora: em retirada, um destacamento do exército francês fuzila cruel e sumariamente um ancião acusado de espionagem; no deserto africano, militares praticam horrendos atos de canibalismo.

Em “A mão misteriosa”, uma mão mumificada de um assassino adquire vida própria e cruelmente ataca quem a possui. Mas um circunspecto magistrado, de espírito cartesiano, põe em dúvida o caráter sobrenatural dos insólitos acontecimentos…

Tradução de Paulo Soriano e outros