O chefão dos chefões

Na Sicília semifeudal do início do século XX, a chacina de uma família será o estopim para a escalada de violência que se estenderá por mais de duas décadas, passando da Itália para as ruas de Nova York.
Abrangendo um período que vai de 1919 a 1943, este livro se inscreve na melhor tradição dos romances de máfia. Não só: ao ficcionalizar os vários elementos que contribuíram para a formação da Cosa Nostra, Vito Bruschini traça um painel da história e das tensões sociais que prepararam o surgimento dessa organização.
À medida que o enredo se desenvolve, o leitor também assiste ao surgimento de grupos fascistas que alteram as estruturas tradicionais de poder, forçam a fuga de antigos potentados para os Estados Unidos e desencadeiam uma reordenação de forças que terá consequências duradouras.
É nesse contexto que se destaca a figura do príncipe Ferdinando Licata, conhecido por todos como u patri (o pai). Percebendo a mudança dos tempos e entrando em choque com as milícias fascistas, Licata e outros conterrâneos vão se estabelecer em Nova York durante o início da Segunda Guerra. Lá, rapidamente o príncipe se associa a outros ítalo-americanos e se torna o chefe mais temido e respeitado da Cosa Nostra.
Trabalhando habilmente com personagens fictícios e reais, entre eles o famoso Lucky Luciano, Bruschini compõe uma intriga que prende a atenção do início ao fim, sem deixar de fora ingredientes indispensáveis ao gênero: suspense, violência, paixões e revelações.