O Cessar da Busca: Da insatisfação ao contentamento sem motivo!
Por MM Saint A sensação de insatisfação é o background sobre o qual todas as relações que experimento acontecem. É a partir de um sentimento de insatisfação que me movo, que leio um livro, que assisto um vídeo, que como ou durmo, buscando nessas atividades cessar esse sentimento de eterna “falta de alguma coisa”. Mesmo nos momentos de diversão, fervilha por debaixo da aparente alegria uma insatisfação constante, como pano de fundo a tudo que experimento. E quando olho para essa sensação, percebo que tenho fugido dela toda a minha vida. Toda a minha busca por algo superior, espiritual, revolucionário nada mais é do que um movimento de fuga dessa sensação que está sempre comigo. Quando chego onde quer que seja, ela chega comigo. Quando volto, ela está a me esperar. Seja assistindo televisão, lendo ou escrevendo, bebendo ou praticando ‘meditação transcendental’, o estímulo básico é a fuga dessa condição de permanente insatisfação. Tal fuga tem me sobrecarregado de tremendos esforços na tentativa de encontrar satisfação permanente.
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No momento em que a insatisfação era sentida eu disparava em busca de uma solução, um anestésico. Obviamente encontrava logo uma resposta, já que em toda esquina tem solução a dar com pau. Tem gurus, psicólogos, padres e, agora, a sensação do momento, os coachs. De muitas formas são apresentadas as mais variadas soluções para o problema. O esquema é sempre o mesmo: uma interpretação do problema, uma solução para o mesmo e, atrelado a isso, um ‘caminho’ que, se seguido à risca, se ajustado a sua personalidade ao modelo ideal proposto, tudo ficará bem.
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Não apenas a busca é circular, como todo o sofrimento também. Tudo conhecido de todos. Com razão as pessoas exclamam: “de novo! ” E tudo como resultado da tentativa de escapar ao sofrimento! Esse é o paradoxo da questão. Na tentativa de livrar-se da insatisfação, criava mais e mais sofrimento. Buscando remédio sem compreender a doença, só agravei o estado do doente. Acometido de uma profunda insatisfação, não importando a situação ou o contexto, eu sempre criava problemas, querendo mais e mais seja lá do que fosse.
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Quando não aceitamos as pessoas como elas são, deixamos de vivencia-las e passamos a tentar ‘compreende-las’, significando isso que sabemos ‘como elas deveriam agir’ – o que nada mais é do que uma forma de controlar, modificar e subjugar os outros para que se ajustem aos ideais que nos controlam. Se sou controlado por ideais, exijo que os outros também assim o sejam. E para disfarçar toda essa violência e egoísmo, frutos do medo de viver comigo mesmo tal como sou, utilizo dos mais refinados argumentos, valendo-me das mais diversas ‘autoridades’ comumente aceitas; cito a Bíblia, Jesus, Buda, os psicólogos, estudo estatísticas, utilizo jargões popularmente aceitos – tudo para garantir que os outros se encaixem na prisão que eu mesmo construí para mim. Em vez de olhar para minha esposa e vê-la em sua totalidade, compreender sua expressão individual como continuidade de um contexto, eu a interpreto à luz dos ideais que me controlam. Disso surge os conflitos e jamais posso experiencia-la. Tal qual não aceito a mim mesmo, não aceito os outros como eles são. Se estou eu mesmo numa busca desenfreada e sem sentido, assim também me torno intolerante com os demais e não os aceito tal como são. Os relacionamentos nunca resultam no prazer passageiro que podem ser, mas em frustrações que às vezes se prolongam por anos!
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O cessar da busca, que é a “aceitação do que é” mediante a ausência de interpretação, é a porta estreita que estou constantemente a atravessar. O ego, mente, eu ou egoísmo só pode ser diluído no agora. Toda forma de busca, todo esforço por ‘vir a ser/alcançar’ certa personalidade/fenômeno, é uma sutil artimanha da mente/ego de evitar o agora que é, em si mesmo, sua dissolução!
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No momento em que a insatisfação era sentida eu disparava em busca de uma solução, um anestésico. Obviamente encontrava logo uma resposta, já que em toda esquina tem solução a dar com pau. Tem gurus, psicólogos, padres e, agora, a sensação do momento, os coachs. De muitas formas são apresentadas as mais variadas soluções para o problema. O esquema é sempre o mesmo: uma interpretação do problema, uma solução para o mesmo e, atrelado a isso, um ‘caminho’ que, se seguido à risca, se ajustado a sua personalidade ao modelo ideal proposto, tudo ficará bem.
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Não apenas a busca é circular, como todo o sofrimento também. Tudo conhecido de todos. Com razão as pessoas exclamam: “de novo! ” E tudo como resultado da tentativa de escapar ao sofrimento! Esse é o paradoxo da questão. Na tentativa de livrar-se da insatisfação, criava mais e mais sofrimento. Buscando remédio sem compreender a doença, só agravei o estado do doente. Acometido de uma profunda insatisfação, não importando a situação ou o contexto, eu sempre criava problemas, querendo mais e mais seja lá do que fosse.
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Quando não aceitamos as pessoas como elas são, deixamos de vivencia-las e passamos a tentar ‘compreende-las’, significando isso que sabemos ‘como elas deveriam agir’ – o que nada mais é do que uma forma de controlar, modificar e subjugar os outros para que se ajustem aos ideais que nos controlam. Se sou controlado por ideais, exijo que os outros também assim o sejam. E para disfarçar toda essa violência e egoísmo, frutos do medo de viver comigo mesmo tal como sou, utilizo dos mais refinados argumentos, valendo-me das mais diversas ‘autoridades’ comumente aceitas; cito a Bíblia, Jesus, Buda, os psicólogos, estudo estatísticas, utilizo jargões popularmente aceitos – tudo para garantir que os outros se encaixem na prisão que eu mesmo construí para mim. Em vez de olhar para minha esposa e vê-la em sua totalidade, compreender sua expressão individual como continuidade de um contexto, eu a interpreto à luz dos ideais que me controlam. Disso surge os conflitos e jamais posso experiencia-la. Tal qual não aceito a mim mesmo, não aceito os outros como eles são. Se estou eu mesmo numa busca desenfreada e sem sentido, assim também me torno intolerante com os demais e não os aceito tal como são. Os relacionamentos nunca resultam no prazer passageiro que podem ser, mas em frustrações que às vezes se prolongam por anos!
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O cessar da busca, que é a “aceitação do que é” mediante a ausência de interpretação, é a porta estreita que estou constantemente a atravessar. O ego, mente, eu ou egoísmo só pode ser diluído no agora. Toda forma de busca, todo esforço por ‘vir a ser/alcançar’ certa personalidade/fenômeno, é uma sutil artimanha da mente/ego de evitar o agora que é, em si mesmo, sua dissolução!
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): MM Saint
- Tamanho: 1275 KB
- Nº de Páginas: 55
- Idioma: Português
- Categoria: Filosofia
Amostra Grátis do Livro
Faça a leitura online do livro O Cessar da Busca: Da insatisfação ao contentamento sem motivo!, escrito por MM Saint. Esse é um trecho gratuito disponibilizado pela Amazon, e não infringe os direitos do autor nem da editora.