O caso Hamlet e a necessidade de uma revisão literária e historiográfica (Investigação sobre o conceito de parresía Livro 2)

Por Rogério Mattos
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Este texto dá sequência à publicação “Investigações sobre o conceito de parresía (I): o caso Hamlet, a soberania sobre si e os descaminhos da análise psicanalista-existencialista” escrita anteriormente por mim. Existe também uma relação direta com outra publicação, “Investigações sobre a biopolítica I – A Empresa Mundial S/A e o modelo de governança jurídica no pós-Bretton Woods”, cuja continuação sairá em breve. A relação entre os diferentes textos se dá especificamente sobre a análise do modelo Inter-Alpha e a construção no pós-guerra de um sistema de dívida, ao qual pudemos abordar de maneira menos erudita em nossa última postagem, “Sobre a chamada “inflação de demanda”: a necessidade de criação de crédito público”, que, por si, dá início a outra série em que nos dedicamos a debater o tema da dívida no Brasil e o histórico da criação de um sistema de crédito, cujo protótipo mais moderno foi o programa econômico liderado por Abraham Lincoln.

Foucault, no Vigiar e Punir (como também vimos no primeiro capítulo sobre o conceito de parresía), relata o espaço bolchevique, o da “cortina de ferro”, de Hamlet transformado de narrativa heroica em caso psicanalítico; Schreber (o famoso caso do presidente de província analisado por Freud) é aluno dos jesuítas, burgomestre, uma moça que defende a Alsácia dos franceses até atravessar o limiar ariano e devir príncipe mongol: não, ele é reduzido ao pai, triangulado em Édipo e forma um “ânus solar” (na expressão do Anti-Édipo). Seu delírio revolve massas históricas, geográficas e raciais, e no fim ele é um simples fascista, um paranoico. Como o Estado, que é sempre o Estado: Hitler, Mussolini e Stálin. Até renascer a eugenia, o saber sobre as raças e a teoria dos instintos: uma nova medicina legal, Nascimento da Biopolítica. A therapeúein epicurista agora sob o jugo de uma nova Medizinichepolizei, das unidades-empresa, o filho como capital humano, do sujeito sob o behaviorismo, sob a noção de conduta humana de von Mises (ver os dois capítulos da série sobre o suposto Foucault “liberal e fenomenólogo”). Existem dois projetos que dividem a humanidade em relação ao seu futuro; dois modelos, o oligárquico e o republicano, nos dizeres do “poeta da liberdade”, Friedrich Schiller. No mais, temos o espaço bolchevique, o lugar da Revolução (lembremos da tese de F. Furet); o triângulo edipiano – família real; e a cortina de ferro, cujos descendentes somos nós. Sem a revisão dos parâmetros sociais, econômicos, que nos regem, não há espaço para uma crítica literária nem para uma historiografia inovadoras.

Características do eBook

Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:

  • Autor(a): Rogério Mattos
  • ASIN: B01LX0XXOR
  • Idioma: Português
  • Tamanho: 399 KB
  • Nº de Páginas: 9
  • Categoria: História

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