O Benefício da Dúvida

“Enquanto corria desesperadamente nesse lugar sombrio de ruas escuras, onde se misturavam um cenário primitivo com um vilarejo antigo, porém com algumas vielas e becos idênticos aos que hoje encontramos nos guetos e favelas, a escuridão da noite deixava ainda mais sombrio o ambiente. Um chão lamacento dificultava a locomoção, passos e gritos cada vez mais próximos, tudo muito parecido com um pesadelo trivial; a única diferença era que ele tinha certeza de que não estava num sonho onírico, encontrava-se consciente, equilibrado nem tanto, dominado por um terror que só aumentava…”

O mal algo tão antigo e atroz, sempre de alguma forma representado em civilizações milenares, como pode ser manifestado hoje em dia num momento tão materialista e racional da humanidade?
Talvez existam mesmo forças atuantes em dimensões imateriais, quais certezas temos?
Para aqueles sem a certeza absoluta, essa estória se trata da similaridade das relações humanas e suas repercussões.
Não é fácil abrirmos mão de conceitos concretos do cotidiano tão bem elaborados, e nos colocarmos nesse desafio de questionar o mundo, só há uma maneira de enfrentar essas objeções, para isso devemos deixar todas nossas convicções acomodadas no porão do nosso intelecto, abrir nossa mente e só por alguns momentos nos permitir *O Benefício da dúvida.

Benefício da dúvida é a condição da inexistência de uma certeza sobre a culpabilidade de alguém que está sob acusação de um crime, sendo absolvido pelo princípio de que é inocente.
No âmbito do direito criminal, o princípio do benefício da dúvida é sempre benéfico para o réu, pois a condenação implica na privação de um dos bens mais importantes do ser humano: a liberdade.