Nos Olhos do Tempo: Estórias de Pessoas Anónimas que fazem a História

O Narrador, também ele, personagem, leva-nos NOS OLHOS DO TEMPO ziguezagueando do passado remoto até ao presente. Conta-nos uma história que é, simultaneamente, pessoal e coletiva, transversal e longitudinal, tendo ainda um caracter intimista, de mais de um século de vida, repleta de momentos intensos e únicos num País e num mundo em franca transformação politica, económica e social. Dos anos 60 e 70, de grande extravagância, onde os jovens dos países economicamente desenvolvidos se começam a fazer ouvir em gritos de liberdade, de amor livre, de igualdade, ao som de músicas e cor que os transportam ao sonho psicadélico. Em contraste um Portugal provinciano, retrogrado e ditatorial, marcado por uma guerra colonial, uma migração, uma emigração maciça ou uma clandestinidade forçada, mas onde cabe uma revolução única. A queda do muro de Berlim a par do advento da globalização, a chegada de um novo século, num tempo cada vez mais finito, aos olhos dos personagens. Um tempo que tudo traz e tudo leva, num mundo sempre em permanente mudança.Depois… num verdadeiro império dos sentidos, a morte prematura de Maria José, a paixão obsessiva de Eduardo e o despertar de uma homossexualidade improvável, a entrega de Valentina a uma escolha que não fora sua, os sopros de liberdade vividos numa comuna de Paris por Rosalina. Madalena e Farid, dois mundos desencontrados e inconciliáveis. A incompreensível partida de Sofia de um mundo provavelmente demasiado banal, para ela. Guilherme e a procura da sua identidade sexual. No final, um sonho concretizado num tempo de dúvidas e sombras, num mundo globalmente confinado, amordaçado, amedrontado pela ameaça de um inimigo comum, traiçoeiro, letal e sobretudo invisível.Aos olhos do tempo tudo foi, menos o amor, a amizade e a capacidade de sonhar, que permanecem eternos. O tempo nem tudo apaga.