No Serviço Secreto de Stálin: Memórias do Primeiro Grande Espião Militar Soviético a Desertar para o Ocidente

“É amplamente conhecida a existência de partidos comunistas, legais ou ilegais, em todos os países do mundo. O mundo sabe que a sua sede está em Moscou. Mas ele não sabe quase nada a respeito do seu aparato real e da sua íntima conexão com a OGPU e com a Inteligência Militar Soviética”. (Walter Krivitsky, 1939)

Walter Krivitsky foi o primeiro grande espião militar da União Soviética a desertar para o Ocidente, em 1937. Ele era o chefe da Inteligência Militar Soviética na Europa Ocidental e revelou o que acontecia nos bastidores do poder soviético no período entreguerras. Seus depoimentos ajudaram a prender inúmeros espiões, aprofundaram o estudo de métodos retóricos usados em comunicações soviéticas, revelaram alianças secretas que se formavam antes da 2ª Guerra Mundial, expuseram a natureza da participação soviética na obscura Guerra Civil Espanhola, e trouxeram à tona planos secretos e alguns dos principais crimes de Stálin, escondidos dos olhos do público até hoje. A constatação de que o Partido Comunista era um instrumento militar – e não só meramente político – da Rússia para colonizar remotamente o mundo inteiro é revolucionária e chocante até para os observadores modernos.

Krivitsky foi morto em 1941, em solo americano, sob circunstâncias desconhecidas. A sua importância, no entanto, permanece viva e o seu trabalho ainda é, sem dúvidas, assustadoramente atual.