Não é Soft Porn

Depois de ouvir da boca do homem com que se relacionava que ela nunca passou de uma amante e que ele já estava apaixonado por outra, a protagonista percebe que o término é apenas a ponta do iceberg da sua grande sensação de fracasso e que está longe de se realizar pessoalmente: vive endividada, mora longe, trabalha num maçante café bistrô, faz bicos em festas infantis mesmo não tendo a menor paciência com crianças e não consegue se concentrar na carreira musical que tanto sonhou.
Suas reflexões melancólicas são interrompidas quando um conhecido telefona dizendo que abriu uma pequena editora, perguntando se ela não gostaria de investir na escrita de soft porn. Hesitante num primeiro momento, a atrapalhada personagem aos poucos se empolga com a ideia de melhorar sua situação financeira e busca inspiração no cotidiano sem graça e nas próprias frustrações amorosas para elaborar o livro.
Com humor ácido e autodepreciativo, “Não é Soft Porn” subverte o subgênero enquanto reconhece que a verdadeira satisfação é mais acessível do se imagina.