Morte Justa: Morte Justa

MORTE JUSTA reúne quatro contos, baseados em fatos, e demonstram o quanto a crueldade humana pode se fazer presente no cotidiano das pessoas, travestida de legalidade, apoiando-se em normas, regras, costumes, crenças religiosas ou filosóficas, e assim, perpetuar o mal e gravando no íntimo de suas vítimas o desprezo, a humilhação e a ausência de humanidade nesta sociedade que se denomina civilizada.
Os atores envolvidos nestas narrativas foram profundamente afetados pelos acontecimentos por eles vivenciados no seu papel de testemunhas oculares. As experiências deixaram marcas, como cicatrizes em suas histórias de vida. O desespero que os acometera, subsistiu, como um amalgama, permeando os cenários descritos em cada um dos eventos e submetendo os sobreviventes a um aprisionamento mental, que os manteria acorrentados a estas horrendas experiências de morte, colocando as narrativas no limite da lenda e da realidade.
Em três dos quatro contos as crenças religiosas e seus costumes foram determinantes para o sofrimento dos atores.
O extremismo religioso e filosófico, aliado a lideranças populistas e sedentos pelo poder, tem se constituído no amálgama responsável pela morte de um sem-número de fiéis. Os exemplos vêm de todos os continentes.
Veja o caso dos adeptos do pastor Jim Jones, da igreja o “Templo do Povo”, que em 1978. Foram 914 vítimas. Adultos e crianças.
Em 1997, o místico Marshal e sua companheira Bonnie, com uma narrativa sobre nova vida nas Plêiades e viagem em discos voadores, levaram 39 pessoas para um suicídio coletivo.
No Brasil, entre os anos 1989 e 1992 em Altamira, no Pará, se instalou uma seita com o propósito de abusar de crianças e adolescentes. Originária dos Estados Unidos, através de um guru, chamado Berg, ela se espalhou por mais de 130 países. Centenas de crianças foram mortas e emasculadas, depois de abusadas. Um absurdo que arraigou centenas de seguidores.
No mesmo caminho de subjugação, em 1994 e agora, em 2021, se instalou no Afeganistão um grupo de origem radical muçulmano denominado de Talibã. Orientados pelas narrativas do Alcorão, eles impõem como única lei a Xaria. Sob o véu deste código, para eles, divino, cometem as maiores atrocidades. Assassinam os seus opositores, promovem casamentos forçados, estupram mulheres e impõem penas capitais aqueles que eventualmente cometem algum desvio de comportamento que não esteja de acordo com o seu regramento. Proíbem a liberdade e o exercício dos valores democráticos escondidos sob o manto do Islamismo.

O SACRIFÍCIO – Apresenta a história de uma família que se encontra do dia para a noite envolvida em uma tragédia em que uma brincadeira de crianças resulta na MORTE de uma delas.

A LAPIDAÇÃO DOS INFIÉIS – Conta a história de amor de Hamid e Thamina sob o jugo do regime Talibã, na cidade de Kandahar.

A MORTE DOS INOCENTES – Neste conto, João Carlos e Laura, dois adolescentes se veem apaixonados e cometem o pecado da luxuria. O resultado é a gravidez. Tomados pela vergonha e pressionados pelos valores e costumes de seus pais eles são apanhados em uma armadilha cruel e desesperadora.

FOTOGRAFIA – Revela o drama da solidão e da depressão. Um ancião luta diariamente contra a saudade de seu filho e sua amada esposa. Ideias suicidas rondam o seu dia a dia.

Quando até mesmo a religião justifica a morte de inocentes, não resta dúvida de que não haverá uma MORTE JUSTA.