MORFOLOGIA DA LÍNGUA PORTUGUESA – VOLUME 2: ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS: NOVOS RUMOS DA LINGUÍSTICA E DA FILOLOGIA NO SÉCULO XXI

A morfologia pode − e em alguns casos deve − ser estudada à parte da sintaxe e, portanto, de elementos exclusivamente atrelados ao discurso-texto.
Seu campo ambivalente vai da análise à síntese, permeando-se dessas técnicas complementares sempre que o esclarecimento se fizer necessário para o estudioso.
Trata-se de uma pesquisa antes de tudo filosófica, atravessada, entretanto, por elementos antropológicos, sociais.
A busca filosófica pelo rigor em seus conceitos é condição indispensável para a sua subsistência e justificativa nos estudos linguísticos, filológicos, gramaticais, lexicológicos, lexicográficos, descritivos, formalistas, funcionalistas, didáticos, pedagógicos.
Essa busca, como quisemos demonstrar com esta obra, não é suposto privilégio dos pensadores do século XXI, pois muito antes deles, até mesmo há muitos séculos, havia técnicas que apontavam para filosofia e cientificidade no campo da morfologia que, muitas vezes, foram esquecidas pelos pensadores subsequentes àqueles e/ou nossos contemporâneos.
Além de pertencente à filosofia, a morfologia, como componente nuclear da microlinguística, é ciência, razão pela qual não pode abrir mão de sua cientificidade estreita, a fim de que suas conclusões consigam o efeito descritivo/funcional a que se deve propor. Para isso, unindo a filosofia à ciência, a morfologia retira da epistemologia (filosofia da ciência) sua metodologia de construção teórico-prática.
O estudo de morfologia é, portanto, uma tecnologia científica – a otimização da técnica utilizando-se uma teoria balizada na filosofia da ciência e claramente definida com fins práticos e aplicados −, fundamental para descrever uma língua específica e até para determinar a partir de que momento do continuum (da história da língua e da linguística histórica) uma língua X se transforma numa língua Y.