MODORRA

Do mesmo autor de ‘meu adeus, menina pólen bold’, surge um novo conto com seu clássico teor confessional e agora infestado de passagens lúdicas.

“Pra que vou ler isso? Não leio nem os trem da faculdade”. — VERME

“Sabe, às vezes eu queria que você deixasse isso pra lá, esses livro esquisito, tenta focar igual seu primo, você viu a casona que ele tá construindo?”. — SANGUE

A jornada de um escritor mergulhado na angústia de se perder em um emaranhado de lembranças quebradas que o conforta ao mesmo tempo que lhe causa um anseio enorme enquanto fecha os olhos. Ao receber um presente de um ser divino, se permite ir embora e redesenhar os destinos em sua nova morada.

Enquanto é alvejado pela tempestade emocional, nosso protagonista tenta validar suas atitudes ao reinterpretá-las, mas sua força definha a cada nova passagem e sem o poder de sua habilidade na escrita, Haeckel acaba por se entregar ao caos de um aconchegante refúgio solitário, onde uma estátua em carne viva lhe descreve os sentimentos através das nuvens cinzas.

Como interpretamos o sentido da existência após perdermos a capacidade de sentir sua essência?