Modelos de Negócios da Indústria Musical na Era Digital: O COVID–19 e Outros Fatores como Pano de Fundo: Do Napster ao Coronavírus

A indústria musical passou por várias mudanças nas últimas décadas em decorrência da revolução digital iniciada a cerca de 30 anos atrás. Essa reorganização da indústria afetou o modo como consumimos música, abrindo novos mercados e criando oportunidades. Algumas empresas surgiram, outras faliram, e muitas se fundiram. Quem sobrou teve que se adaptar as mudanças e principalmente se adaptar ao novo jeito de se ganhar dinheiro com música. O valor percebido mudou graças aos downloads ilegais e da venda de faixas em separado, além do modelo de acessar ao invés de possuir uma vasta coletânea de músicas. Agora em 2020 estamos no meio de uma pandemia que vai definir mais uma vez o futuro da indústria musical. Já estamos vendo consequências imediatas devido aos cancelamentos de shows ao vivo e artistas, gravadoras, trabalhadores e empresários do setor estão tendo que se adaptar a duras penas aos impactos do isolamento social.
Muitos modelos de negócios estão emergindo ou sendo reinventados para compensar as perdas em decorrência do COVID-19. Mais uma vez, a adoção de novas tecnologias irá definir quais modelos de negócios irão resistir aos impactos do Coronavírus e quais irão deixar de existir. Alguns modelos de negócios que antes não existiam agora se fazem importantíssimos para os artistas como financiamento coletivo (crowdfunding), streaming ao vivo, financiamento direto de fãs por mensalidades e marketing de influência que vêm emergindo como forma de renda para artistas. Uma das principais fontes de renda para artistas é o dinheiro da venda de ingressos e couvert artístico e com o fechamento de bares, restaurantes e casas de show, artistas já estão sofrendo os impactos no bolso. As chamadas ‘lives’ estão cada vez mais populares e entre as 10 lives mais assistidas no Youtube durante a pandemia, 7 são de artistas brasileiros. As grandes marcas estão enxergando a oportunidade de continuarem na mente dos consumidores e estão se unindo a esses artistas e patrocinando essas transmissões ao vivo. Esse livro pretende mostrar a evolução da indústria musical nas últimas três décadas: Do Napster ao Coronavírus, além de usar algumas metodologias de previsão de cenários futuros para entendermos melhor como nos preparar e reagir as mudanças recentes.