Meu coração te vê

Só se vê bem com o coração; o essencial é invisível aos olhos. Mas, e quando o coração é cego? Quando algumas pessoas só enxergam o que os olhos querem mostrar? Foi difícil aceitar que essa frase de O pequeno príncipe não servia para todos — e, por um tempo, eu cheguei a detestar. Eu vi Sun Shim com toda a intensidade do meu coração. E acreditava que ele me via também. Ele fazia suspirar — eu e metade das garotas do ensino médio. Seu sorriso discreto, quase uma linha reta, preenchia o ar entre nós com algo que eu ainda não sabia nomear. Era lindo. Seus cabelos dançavam ao vento como ondas negras, brilhando sob o sol da manhã, hipnotizando todos ao redor. Nos tornamos amigos. Depois vieram os flertes, tímidos, adolescentes. Eu estava completamente envolvida, certa de que estávamos prestes a ir além. Mas Uly chegou à cidade. Tornou-se minha melhor amiga. E viu Sun. Para minha tristeza — e desgraça —, ele a viu também. Mas de um jeito que nunca me viu. Depois disso, foi como se eu tivesse desaparecido. Tornei- me invisível. O tempo passou. E o destino, irônico, nos colocou na mesma sala na faculdade. Quanto mais eu tentava manter distância, mais a vida nos empurrava um para o outro. Eu o amava em silêncio. Ele dizia a ela que a amava. Ela só queria tirá-lo de mim. E isso foi apenas o começo. O que veio depois ultrapassou qualquer expectativa — caminhos tortuosos, perdas, arrependimentos e um desfecho capaz de abalar todas as emoções. No fim, será que o clichê só se vê bem com o coração ainda fará sentido? Um amor pode superar o tempo, o orgulho e a dor? Esta é uma história de sentimentos intensos, ressentimentos profundos e escolhas que mudam destinos. Vale a pena vivê-la — e sentir tudo o que ela tem a oferecer.