Matua–Rākau – As Crônicas Esquecidas: A Idade da Água (Lua Morta Livro 1)
Por Antônio de Carvalho “Eles vieram! Não posso acreditar que este seja o nosso fim…”
Awhireinga gritava por ajuda enquanto via Maaka se contorcendo nas mãos de outros guerreiros e viu o último Tupuna ser morto ao tentar se desvencilhar das mãos dos atacantes. Foi quando a mulher percebeu um objetivo muito claro no olhar do líder sanguinário.
“Eles querem o meu bebê!”
Subitamente, ela gritou. – Não lute, Maaka! Eles não podem me machucar!
Atônito com as palavras da mulher, Maaka meneou a cabeça e deixou seu corpo ser levado pelos Ash’ahai para a outra canoa que esperava a pouca distância dali.
– Ouçam com atenção as palavras dessa mulher, vocês dois. Não me espanta ela ser a pessoa mais equilibrada entre vocês, orientais. – Falou calmamente o líder do grupo em tom audível e em língua compreensível aos três únicos sobreviventes do massacre.
De dentro da canoa, contudo, Aperahama ainda se contorcia ferozmente quando foi fortemente atacado na nuca por um dos homens que o segurava, desfalecendo em seguida. Tomada de choque, Awhireinga se viu forçada a ajudá-lo, mas o líder dos assassinos tomou-lhe a frente e, apontando o machado ensanguentando em sua direção, ordenou que ficasse onde estava.
A insensibilidade do homem negro de longos cabelos amarelos transmitia uma sensação profunda de insegurança a Awhireinga. Os olhos do estranho, os quais transmitiam uma tremenda obstinação, não desviavam de sua barriga e ela se viu horrorizada, abraçando-se ao seu ventre na tentativa vã de esconder sua gestação avançada. Algo lhe falava que não deveria temer aquele homem, que deveria enfrentá-lo, mas a lógica por trás daquela situação e os corpos sem vida à sua volta reduziram a coragem da mulher e o máximo que pôde fazer foi desviar o olhar do sinistro e aterrorizante homem.
Espremida no fundo da canoa, Awhireinga pôde ouvir as ordens do líder dos Ash’ahai.
– Não quero que matem nenhum dos três! Mantenham-nos vendados e alimentem a mulher. Se alguma coisa não sair conforme estou mandando matarei o responsável! Vou precisar repetir?
Awhireinga não ouviu a resposta, mas, devido à confusão gerada pelos gritos dos homens que os atacavam, ao cheiro forte de sangue e à presença angustiante e fora do comum que o homem de cabelos tão estranhos tinha sobre ela, a mulher se viu terrivelmente tonta e percebeu as formas ao seu redor tornarem a se desfazer rapidamente.
Como se subitamente todas as luzes das tochas fossem obscurecidas por uma sombra gigantesca, o mundo tornou-se um inebriante breu para Awhireinga e nos seus novos devaneios não conseguiu clareza acerca de onde estava.
A jovem mãe dos Tupunas não se deu conta de estar sendo amarrada e levada para outra canoa e conseguiu apenas escutar uma voz que, ao longe, ecoava repetitivamente em seu inconsciente:
Ninguém escapou do homem de cabelo amarelo…
Ninguém escapou do homem de cabelo amarelo…
Ninguém escapou do homem de cabelo amarelo…
Awhireinga gritava por ajuda enquanto via Maaka se contorcendo nas mãos de outros guerreiros e viu o último Tupuna ser morto ao tentar se desvencilhar das mãos dos atacantes. Foi quando a mulher percebeu um objetivo muito claro no olhar do líder sanguinário.
“Eles querem o meu bebê!”
Subitamente, ela gritou. – Não lute, Maaka! Eles não podem me machucar!
Atônito com as palavras da mulher, Maaka meneou a cabeça e deixou seu corpo ser levado pelos Ash’ahai para a outra canoa que esperava a pouca distância dali.
– Ouçam com atenção as palavras dessa mulher, vocês dois. Não me espanta ela ser a pessoa mais equilibrada entre vocês, orientais. – Falou calmamente o líder do grupo em tom audível e em língua compreensível aos três únicos sobreviventes do massacre.
De dentro da canoa, contudo, Aperahama ainda se contorcia ferozmente quando foi fortemente atacado na nuca por um dos homens que o segurava, desfalecendo em seguida. Tomada de choque, Awhireinga se viu forçada a ajudá-lo, mas o líder dos assassinos tomou-lhe a frente e, apontando o machado ensanguentando em sua direção, ordenou que ficasse onde estava.
A insensibilidade do homem negro de longos cabelos amarelos transmitia uma sensação profunda de insegurança a Awhireinga. Os olhos do estranho, os quais transmitiam uma tremenda obstinação, não desviavam de sua barriga e ela se viu horrorizada, abraçando-se ao seu ventre na tentativa vã de esconder sua gestação avançada. Algo lhe falava que não deveria temer aquele homem, que deveria enfrentá-lo, mas a lógica por trás daquela situação e os corpos sem vida à sua volta reduziram a coragem da mulher e o máximo que pôde fazer foi desviar o olhar do sinistro e aterrorizante homem.
Espremida no fundo da canoa, Awhireinga pôde ouvir as ordens do líder dos Ash’ahai.
– Não quero que matem nenhum dos três! Mantenham-nos vendados e alimentem a mulher. Se alguma coisa não sair conforme estou mandando matarei o responsável! Vou precisar repetir?
Awhireinga não ouviu a resposta, mas, devido à confusão gerada pelos gritos dos homens que os atacavam, ao cheiro forte de sangue e à presença angustiante e fora do comum que o homem de cabelos tão estranhos tinha sobre ela, a mulher se viu terrivelmente tonta e percebeu as formas ao seu redor tornarem a se desfazer rapidamente.
Como se subitamente todas as luzes das tochas fossem obscurecidas por uma sombra gigantesca, o mundo tornou-se um inebriante breu para Awhireinga e nos seus novos devaneios não conseguiu clareza acerca de onde estava.
A jovem mãe dos Tupunas não se deu conta de estar sendo amarrada e levada para outra canoa e conseguiu apenas escutar uma voz que, ao longe, ecoava repetitivamente em seu inconsciente:
Ninguém escapou do homem de cabelo amarelo…
Ninguém escapou do homem de cabelo amarelo…
Ninguém escapou do homem de cabelo amarelo…
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): Antônio de Carvalho
- ASIN: B0888SQ2PJ
- Editora: Antônio F. de Carvalho
- Idioma: Português
- Tamanho: 1209 KB
- Nº de Páginas: 171
- Categoria: Fantasia, Horror e Ficção Científica
Amostra Grátis do Livro
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