Maldito Levrero!

Esta é a história de uma impostura que por pouco não se concretizou e que foi revelada, à boca pequena, entre um restrito número de editores e escritores, durante a Feira do Livro de Buenos Aires de 2018. Alguns jornalistas ouviram um zum-zum entre os corredores do local do evento e um comentário velado aqui, outro ali, durante os happy hours e jantares patrocinados pela comissão organizadora. Por absoluta falta de qualquer tipo de dado concreto ou testemunho verbal de fonte confiável, nenhuma linha saiu sobre o assunto, na grande imprensa ou na especializada.

Por motivos que ficarão mais claros durante a leitura deste livro, sou a testemunha-chave do crime que se tentou cometer. Modifiquei todos os nomes, menos o de Mario Levrero; não creio que aos envolvidos no complô interesse qualquer tipo de notoriedade, salvo ao autor – foco central desta trama criminal – que, por sinal, está morto.