Lótus Negra: Um pacto sombrio, uma revelação profundamente obscura

Tendo como fio condutor a vida dos jovens Ian e Jod, “Lótus Negra” explora temáticas de amplo interesse: dúvidas existenciais, fé, responsabilidade, envelhecimento, amizade, amor e ódio. Por meio de elementos chave da vida das personagens – drogas, magia, ciência, influência, loucura e arrependimento – o livro desenvolve uma narrativa vibrante com apelo universal.

A narrativa principal segue o casual encontro de Ian e Jod, dois personagens com personalidades distintas, mas que rapidamente se identificam um com o outro. Tendo a mesma aversão à sociedade que lhes cerca, eles encontram alguns raros refúgios para tolerar a vida, inicialmente o rock’n’roll, em seguida, as drogas, magia negra e, por fim, o desenvolvimento de relações que transitam entre a autodestruição, o sadismo e o masoquismo. Suas vidas, no entanto, seguem um ciclo que mesmo eles têm dificuldade em entender. O tempo que os uniu os separa, as paixões que eles compartilharam se mortificam, e suas perspectivas de vida mudam radicalmente.

Enquanto Ian desde os dezesseis anos segue um impulso de autodestruição que o leva aos mais sinistros recantos do mundo das drogas, Jod passa de um período de sublimação dos impulsos, de negação do prazer, para o seu extremo oposto: a perversão. Desenvolvendo uma filosofia amoral, Jod experimenta prazeres que causam aversão até mesmo a Ian. Se desconectando do que se chama convencionalmente por humanidade, Jod manipula pessoas como se elas fossem peças em um jogo irrelevante que nunca pode ser vencido.

Na medida que Jod afunda em um niilismo pervertido, Ian passa por um tortuoso processo de purificação repleto de quedas. O clímax da história ocorre quando os dois amigos se encontram depois de anos e precisam enfrentar não só um pacto do passado e duas visões de mundo irreconciliáveis, mas, principalmente, os seus próprios demônios.