LIÇÕES DO PORTUGUES CLÁSSICODE PEDRO ADRIÃO
Por JOSE MARIA TAVARES DE ANDRADE EDITORO corpus de língua clássica estudado por Pedro Adirão in Tradições Clássicas da Língua Portuguesa, obra aqui reeditada, não representa apenas uma bibliografia, é a matéria da pesquisa. Além de todas as referências bibliográficas do século XVI ao século XX segue a maneira como os clássicos foram citados pelo autor: abreviação das obras e a maneira de citações. Finalmente nos perguntamos, em termos comparativos, como os grandes escritores de nossa língua continuam fundamentando e legitimando os recursos dos mais antigos. Eis as condições de uma avaliação possível quanto ao desenvolvimento atual da língua portuguesa.
Em seguida estudaremos as lições do mestre quanto aos estrangeirismos: como os clássicos absorvem contribuições vocabulares de outras línguas e como evitar indesejáveis empréstimos, muitas vezes modismo desnecessário. Com isto entendemos a acepção de sabor clássico: navega-se assim entre a língua popular e a língua culta, ou seja: entre usos no “seio do povo” e os mais autorizados documentos de língua literária.
Depois deste interessante passeio sobre sentidos arcaicos e às vezes ainda utilizados, chagamos à tarefa de salvar léxicos que tendem a perder-se pela falta de uso.
Chagamos então às expressões populares autorizadas ou legitimadas pelos clássicos. Como afirmou Mário Barreto: “a fala popular é mina de palavras, frases e construções sintáticas variadíssimas e fonte onde há de enriquecer-se e robustecer-se a linguagem literária”. Trata-se de exemplos de expressões populares identificados em autores clássicos e ainda encontrados na linguagem popular praticamente desaparecidos ou ausentes dos dicionários. Com isto completa-se o rico linguajar popular.
Em seguida veem as lições sobre estrangeirismos, a exemplo de termos e expressões vindas do francês – por exemplo “visagem”, face, que passou a significar fantasma – uma moda antiga de importar, substituída pela língua inglesa.
Quanto à sintaxe de concordância: a lição é que as regras normais de concordância têm que admitir exceções elegantes, autorizadas pelo uso de clássicos. Além das regências mais generalizadas, surgem outras que, embora um pouco insuetas na conversação, não deixam de demonstrar a grande capacidade de variar de que dispõe a nossa língua.
A sintaxe do pronome “se” mereceu uma atenção especial: “cantam-se os louvores, escrevem-se livros, fizeram-se leis, deram-se passos, batem-se palmas, procurar-se-ão os meios”, contrário a formas frequentes mas indesejáveis. E quanto à colocação dos pronomes oblíquos, por exemplo a lição: outros trazem nos seus escritos uma música doce, suave, cadenciosa, harmônica, insinuante, que prende, encanta, cativa, delicia grandemente o leitor.
Podemos afirmar que existem regras científicas de valor absoluto? Claro. Este é um capitulo fundamental.
Elipse: figura de linguagem que acontece quando há a omissão de um termo que pode ser subentendido no texto, evitando-se por elegância uma repetição: do verbo, do pronome, da preposição e tantos outros.
Pleonasmo nos clássicos: trata-se de um recurso estilístico encontrado com frequência como em nas placas, nos outdoors, nas portas e vitrines de estabelecimentos comerciais, na fala corrente e até na música. Distingue-se do pleonasmo vicioso sendo uma repetição a ser evitada, – erro e não figura de linguagem.
Como posfácio transcrevo de Pedro Adirão: algumas palavras ao leitor. Boa leitura das lições clássicas.
Autor
José Maria Tavares de Andrade estudou Filosofia em Olinda e Recife foi jornalista (Revista O Cruzeiro e Veja) e pesquisador da cultura popular junto a Mauro Motta (Fundação Joaquim Nabuco), Hermilo Borba Filho e Ariano Suassuna, desenvolvendo o projeto de pesquisa: Música Popular Religiosa (DEC-UFPE, 1967-70). Projeto que está na origem do movimento de renovação l
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): JOSE MARIA TAVARES DE ANDRADE EDITOR
- Tamanho: 1228 KB
- Nº de Páginas: 169
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