Lições da publicidade. Mas confesso que ainda não aprendi.: Da criação às puxada de tapete.

Na vida como na arte: se não move nem comove, esqueça.

Quarenta capítulos foram suficientes para contar, de maneira informal, como se fosse uma palestra, a minha experiência de 25 anos na redação publicitária. Leitura é, antes de tudo, prazer. Os dias dentro de uma agência de propaganda não são iguais. Para o bem ou para o mal, é isso que torna interessante, e desafiadora, a atividade publicitária. Quando achamos que já vimos tudo, acontece algo que põe tudo no chão. E só resta recomeçar. A morte profissional se dá quando paramos de aprender; é um clichê que vale para todas as áreas. Isto explica o título do livro. Os assuntos se entrelaçam nos capítulos, com idas e vindas, sob o ponto de vista da criação.

Para os bons profissionais da comunicação, penso que o livro pode ser dispensável. No máximo poderiam se ver em algumas situações. Mas, penso também, e me permita, que o livro pode ser útil para estudantes e para quem está se iniciando na carreira, posto que terão uma visão geral do negócio da publicidade, além de acesso a várias dicas de aspectos técnicos do marketing e da criação, de visão e de atitude. Também pode ser útil à empresa: o que esperar, o que cobrar e como encaminhar seus trabalhos à agência. Ajuda a falar a mesma língua. Para o pessoal de outras áreas da agência, o livro pode ajudar a entender como funciona a cabeça da criação, melhorando o nível de discussão.

De toda forma, as experiências são pessoais e intransferíveis. Cada um faz sua história. Não há uma ordem linear nem de importância: num capítulo que fala de criação, puxadas de tapete, pode haver assuntos que envolvem o atendimento e a mídia; o cliente e o mercado; o gosto estético e a postura profissional, a direção de arte e o que acontece na hora do cafezinho. E vice-versa. E confesso de antemão: já subi para tomar um café, e desci com uma campanha pronta na cabeça. O que estava meio confuso, ainda meio embaralhado, resolveu-se como um presente dos deuses. Quem é do ramo sabe do que estou falando. São mistérios da criação.

O texto, em alguns momentos, é didático, em outros pode ser crítico mas também lírico, posto que também sou cronista (“Amar é muito doido”, coletânea de crônicas, disponível na amazon, no formato eBook). “Lições da publicidade” é atemporal e universal, não fala de clientes, agências nem lugares específicos. O modo de operar, pensar, conduzir, a ciência da comunicação, é muito parecido. Respeitando-se a cultura local.

O tamanho da verba e do cliente também não importa. O que importa é a conduta, a postura, o profissionalismo. O tempo e a responsabilidade são os mesmos numa campanha publicitária. Ética, talento e profissionalismo, é o que você vai ver por aqui. Postura crítica também.

Livros do autor: “Amar é muito doido”, “287 frases e trechos da coletânea de crônicas “Amar é muito doido”, “Do amor e outros desencontros”, “Lições da publicidade. Mas confesso que ainda aprendi”, “180 frases e trechos da coletânea Do amor e outros desencontros”, “Cartas de uma prostituta”, “O inferno sou eu” e “Restos de mim”, antologia.