Lenitivo

Para Tim, um garoto de 17 anos que é apaixonado por palavras, Lenitivo é mais do que só um adjetivo: é um nome, é uma pessoa, a única pessoa no mundo capaz de o fazer se sentir bem. Lenitivo é aquele que acalma, apazígua, que consola.
Tim nunca fora o menino desajustado, o estranho da escola, mas nunca fora o destaque das turmas, no entanto, no último dia do ano, depois de um telefonema que ele sabia que iria estragar toda a celebração dali para frente, ele chamou atenção de um garoto. Eduardo, o novato.
Para Tim, quando seus problemas eram tantos que seus pensamentos se conturbavam, ele só tinha uma forma de se aliviar, de se consolar, que era escrevendo. Mas depois do último segundo daquele último dia do ano, quando Edu lhe roubou um beijo, ele descobriu que existe conforto além das palavras.
Mas para um garoto de 17 anos, se jogar em um mundo desconhecido, envolvido em uma relação que antes considerava errada, é uma decisão de grande perigo. Psicologicamente frágil, Tim tem que decidir amar ou odiar Edu, apaixonar-se por um garoto, ignorar todos esses tabus sobre ser gay, e encontrar paz.
Tim precisa encarar os próprios problemas e encarar os problemas de Edu,e sobreviver ao que dentro dele parecer ser uma guerra civil, para no fim ser capaz de dizer se o ama ou não.
Para um garoto que nunca se imaginou gay é estranho lidar com sentimentos tão pessoais e secretos, tendo que manter toda uma relação em segredo e conviver com a certeza de que um dia alguém ira descobrir.
Tim nunca imaginou que os lábios de um menino pudessem fazer despertar dentro dele tantas emoções.
Porque viver e amar é uma espécie escolha.
Descobrir-se na vida ou no amor é consequência.

“Lenitivo é um calmante para as emoções próprias, ao mesmo tempo que um veneno que nos leva a sofrer com emoções que não são tão nossas.” – Christian Salas