“invisível”
Realmente o maior e inexplicável “dom” era mesmo o de ficar “invisível” e ficava realmente invisível, quando algo corria mal subia a uma árvore e ficava lá horas até que a tempestade se dissipasse, ou seja o menino inventou um método de ficar invisível o que dava jeito pois por vezes levava grandes “sovas” do pai. O método era o silêncio, meditação e oração, o que é talvez pouco aconselhável numa criança de seis anos de idade, “Reconhece o que está diante de teus olhos, e o que está oculto a ti será desvelado. Pois não há nada oculto que não venha ser manifestado.” (Textos Apócrifos, Tomé), Na inocência acreditava que era normal ficar invisível, com aquele “truque”, que eu tinha descoberto e desenvolvido solitariamente, ninguém sabia, e ele nunca revelado, e sempre funcionava em emergência e por vezes quando ficava mais tempo invisível os familiares e empregados procuravam desesperadamente sem sucesso, achava piada ao facto de olharem através do meu corpo sem nada verem, era muito reconfortante, e esse “poder” vinha de Deus, pois invocava a proteção divina, e na medida em que crescendo fui perdendo essa capacidade, na medida em que perdi a inocência. Durante sessenta anos nunca partilhei este “segredo”, talvez com medo de ser considerado louco, ou ingénuo, então com a esperança de que pudesse recuperar essa capacidade, tinha pena de mim próprio, o que é sempre doloroso, e no final a invisibilidade é um desejo realizado mas também uma constante em relação aos familiares que nunca o conseguiram “ver ” como um deles e sendo isto estranho é verdadeiro. Não é fácil ficar invisível, e manter esse estatuto, num mundo de visibilidade e de publicidade a invisibilidade é uma contradição, então aqui esgotou-se a carreira de artista de pintor. Pintores invisíveis não são famosos muito menos de sucesso. Os “dons” entram em conflito, e o “dom” da sobrevivência só é possível para certas espécies em que a camuflagem é uma maneira de sobreviver aos predadores, um dom que requer capacidades como as do camaleão ou certos peixes, que se confundem com o meio ambiente alterando o padrão e a cor de sua pele, uma estranha forma de invisibilidade. Talvez o instinto de sobrevivência, seja o fio condutor na possibilidade de ser invisível naturalmente. O menino invisível sobreviveu e adquiriu novas capacidades, e passou a ser muito visível e publicitado perdeu privacidade e não consegue mais estar tranquilamente em sua vida privada sem estar em permanente observação, tornou-se mediático televisivo e pediu a Deus um outro “dom” o dom de comunicar a mensagem de Deus ao mundo profano, e Deus concedeu, e ele passou a falar sem medos sem timidez, mas sem arrogância ou vaidade, procurando ser veículo da mensagem de Deus.
Realmente o maior e inexplicável “dom” era mesmo o de ficar “invisível” e ficava realmente invisível, quando algo corria mal subia a uma árvore e ficava lá horas até que a tempestade se dissipasse, ou seja o menino inventou um método de ficar invisível o que dava jeito pois por vezes levava grandes “sovas” do pai. O método era o silêncio, meditação e oração, o que é talvez pouco aconselhável numa criança de seis anos de idade, “Reconhece o que está diante de teus olhos, e o que está oculto a ti será desvelado. Pois não há nada oculto que não venha ser manifestado.” (Textos Apócrifos, Tomé), Na inocência acreditava que era normal ficar invisível, com aquele “truque”, que eu tinha descoberto e desenvolvido solitariamente, ninguém sabia, e ele nunca revelado, e sempre funcionava em emergência e por vezes quando ficava mais tempo invisível os familiares e empregados procuravam desesperadamente sem sucesso, achava piada ao facto de olharem através do meu corpo sem nada verem, era muito reconfortante, e esse “poder” vinha de Deus, pois invocava a proteção divina, e na medida em que crescendo fui perdendo essa capacidade, na medida em que perdi a inocência. Durante sessenta anos nunca partilhei este “segredo”, talvez com medo de ser considerado louco, ou ingénuo, então com a esperança de que pudesse recuperar essa capacidade, tinha pena de mim próprio, o que é sempre doloroso, e no final a invisibilidade é um desejo realizado mas também uma constante em relação aos familiares que nunca o conseguiram “ver ” como um deles e sendo isto estranho é verdadeiro. Não é fácil ficar invisível, e manter esse estatuto, num mundo de visibilidade e de publicidade a invisibilidade é uma contradição, então aqui esgotou-se a carreira de artista de pintor. Pintores invisíveis não são famosos muito menos de sucesso. Os “dons” entram em conflito, e o “dom” da sobrevivência só é possível para certas espécies em que a camuflagem é uma maneira de sobreviver aos predadores, um dom que requer capacidades como as do camaleão ou certos peixes, que se confundem com o meio ambiente alterando o padrão e a cor de sua pele, uma estranha forma de invisibilidade. Talvez o instinto de sobrevivência, seja o fio condutor na possibilidade de ser invisível naturalmente. O menino invisível sobreviveu e adquiriu novas capacidades, e passou a ser muito visível e publicitado perdeu privacidade e não consegue mais estar tranquilamente em sua vida privada sem estar em permanente observação, tornou-se mediático televisivo e pediu a Deus um outro “dom” o dom de comunicar a mensagem de Deus ao mundo profano, e Deus concedeu, e ele passou a falar sem medos sem timidez, mas sem arrogância ou vaidade, procurando ser veículo da mensagem de Deus.
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): Alexandre Bonito
- ASIN: B07CJVG8R2
- Idioma: Português
- Tamanho: 805 KB
- Nº de Páginas: 65
- Categoria: Biografias e Histórias Reais
Amostra Grátis do Livro
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