Infância e juventude na Alemanha (As confissões do Caspar van der Ley, ex–capitão de cavalaria em Pernambuco Livro 1)

Alguns pesquisadores brasileiros procuram a ajuda dum historiador alemão para saber mais sobre a vida do seu ancestral Caspar van der Ley, que veio como oficial da Companhia das Índias Ocidentais para Pernambuco e se tornou, mais tarde, capitão de cavalaria dos holandeses. O alemão, da mesma região como Caspar, consegue entrar num contato pessoal e ouvir dele a história da sua vida na véspera da Guerra dos Trinta Anos na Europa.

Caspar descendente duma família nobre e erudita, filho do Padre Maurício de Gummersbach e neto do Padre Gerhard, mostra cedo a sua valentia, matando um lobo monstruoso nas florestas do Conde Adão de Schwarzenberg. Ele ganha a simpatia do Conde sob cuja proteção vive a família, incluído o pai Maurício, um oportunista meio fingido que quer ver o seu filho Caspar como padre. Assim, Caspar nunca se conforma com o falecimento cedo da sua mãe e desconfia do seu pai. Em compensação, ele ganha, desde a infância, um amigo fiel, chamado Kelderhusen, que sabe resolver muitas situações difíceis com humor e um sentimento prático.

Os eventos se escalam com o início da Guerra dos Trinta Anos, anunciado por um cometa. Pouco depois, Caspar e o seu amigo passam algum tempo na casa dum parente na cidade de Wipperfürth. Eles ficam envolvidos num massacre dos católicos contra os luteranos e salvam a vida da jovem Catarina, filha dum pastor luterano. Caspar se torna amante de Catarina e quer casar-se com ela.

De volta em Gummersbach, o Padre Maurício afasta Catarina do seu filho, tentando de fazê-la concubina sua. Isto ele somente consegue com a ajuda dum jesuíta, quando um regimento espanhol ocupa a cidade. Caspar, não sabendo da conspiração, se namora com Adriana Gomes d’Elvas, concubina do velho Coronel espanhol Losada. Ela tem pouco mais idade do que a Catarina e é uma mulher misteriosa, descendente de ricos judeus portugueses e duma escrava muçulmana.

O jesuíta está procurando duas pedras preciosas, originalmente da roupa do supremo sacerdote dos israelitas. Ele precisa de doce pedras para construir a Santa Jerusalém. Adriana herdou duas pedras dos seus ancestrais e dá uma delas, uma esmeralda, na noite do seu namoro, como presente para Caspar. Observando o seu pai numa cena íntima com a Catarina, Caspar se separa dele e, somente seis anos depois, soube que era uma intriga do jesuíta e que o seu pai se casou com a Catarina. Tornando-se luterano para poder casar-se, Padre Maurício foi acusado como herege e tinha que fugir.

Caspar quer esquecer o seu desgosto com a religião católica e luterana e estuda algum tempo na universidade de Herborn, um centro do calvinismo na Alemanha. Ficando sem dinheiro, ele e o seu amigo procuram Henrique de Redinchoven, que se tornou capitão no serviço da Companhia das Índias Ocidentais, e vão com ele, a bordo do navio Arca de Noé, para Pernambuco, com a intenção de começar uma vida nova.

Neste ponto, Caspar interrompe o seu relatório, mas entrega ao historiador alemão a esmeralda da Adriana. Para ouvir o resto da história da vida do Caspar, o autor tem que procurar um pai de santo, chamado Pedro o Pescador, na cidade de Salvador da Bahia de Todos os Santos e dar-lhe a esmeralda encrustada num anel.