Identidade, arte e cultura: contribuições marxistas.
Por Antonio Euzébios Filho O acúmulo reunido nesta publicação reflete alguns debates desenvolvidos, especialmente, no campo da esquerda marxista e estão relacionados à necessidade de refletir sobre a complexidade do processo de transformação social. Trata-se de uma complexidade que traz à tona dimensões que não estão descoladas da questão econômica, mas que não se prendem totalmente à ela, tais como: cultura, identidade, estética e afetividade. O livro também aborda questões relacionadas, diretamente, à produção cultural no capitalismo, trazendo para discussão a problemática da indústria cultural.
Pretendemos que este livro seja uma porta de entrada para que militantes e todos os que se interessam pela transformação do mundo, tomem parte no debate que envolve o termo Cultura e possam ter mais instrumentos para a luta cotidiana de libertação da humanidade em sua totalidade.
Em seu esforço de historicizar a palavra Culture, Raymond Williams afirma se tratar de uma das palavras mais complexas da língua inglesa. Nossa correspondente, “cultura”, acompanha esse fato e incorpora ainda novas contradições. Há quem use cultura para indicar elementos de distinção de classe (ah! como lamentam a falta de “cultura” dos selvagens e incivilizados populares), ou como sinônimo de arte. Há ainda o “seguro” modo de se proteger dessa polissemia evocando a tal “cultura como conceito antropológico”, como se mesmo nesse campo houvesse algum consenso sobre o termo. Os embates entre esses “especialistas”, porém, estão bem longe de algum consenso e há quem defenda mesmo as vantagens da aposentadoria dessa palavra polêmica (como insistia Eric Wolf).
Se o termo inicia ligado à experiência do cultivo da terra – ao que se cultiva com braços pernas e ideias – sua transformação em metáfora acompanha um movimento de separação do que seriam reinos distintos da “economia”, “cultura” e “política”. Entretanto, temos de lembrar que um dos mais importantes desafios de Marx foi, justamente, a percepção da totalidade. Ainda assim, o debate da cultura tem ocupado uma posição controversa no interior do marxismo.
A “determinação em última instância” da economia e a metáfora “base x superestrutura” têm sido centro de debates acalorados. Apesar de todo esse campo, repleto de contradições que a cultura abarca, é inegável a importância que ela tomou ao longo dos últimos séculos como arma e arena da luta de classes (para tomar a expressão tão cara a Bakhtin). Denúncias da alienação da “cultura de massas” no início do século XX, a disseminação de lutas pelo direito à diversidade e a construção de políticas internacionais de reajuste do capitalismo baseadas na ideia de “cultura” (as conferências da UNESCO são exemplo clássico) na segunda metade desse longo século são apenas alguns dos momentos mais emblemáticos desse processo. A cultura, seja como for entendida, tem sido um importante vocabulário para as lutas sociais.
É partir dessa percepção de que o enfrentamento da cultura é urgente para qualquer projeto de superação do capitalismo, que chegamos à proposta de elaboração de um material que sirva como ferramenta de reflexão e luta. Um livro que, com linguagem simples e preço acessível, enfrente as questões que até aqui foram incômodas ou periféricas para o marxismo vulgar e estabeleça bases para a sua compreensão à luz do próprio materialismo histórico e da teoria crítica. Se os dilemas da cultura têm sido apontados como fragmentadores das lutas sociais e inauguradores de uma era “pós-moderna” em que as preocupações com a universalidade teriam encontrado seu limite, nossa proposta é demonstrar como, a partir do resgate da totalidade, da história, é possível pensar o problema da cultura.
Pretendemos que este livro seja uma porta de entrada para que militantes e todos os que se interessam pela transformação do mundo, tomem parte no debate que envolve o termo Cultura e possam ter mais instrumentos para a luta cotidiana de libertação da humanidade em sua totalidade.
Em seu esforço de historicizar a palavra Culture, Raymond Williams afirma se tratar de uma das palavras mais complexas da língua inglesa. Nossa correspondente, “cultura”, acompanha esse fato e incorpora ainda novas contradições. Há quem use cultura para indicar elementos de distinção de classe (ah! como lamentam a falta de “cultura” dos selvagens e incivilizados populares), ou como sinônimo de arte. Há ainda o “seguro” modo de se proteger dessa polissemia evocando a tal “cultura como conceito antropológico”, como se mesmo nesse campo houvesse algum consenso sobre o termo. Os embates entre esses “especialistas”, porém, estão bem longe de algum consenso e há quem defenda mesmo as vantagens da aposentadoria dessa palavra polêmica (como insistia Eric Wolf).
Se o termo inicia ligado à experiência do cultivo da terra – ao que se cultiva com braços pernas e ideias – sua transformação em metáfora acompanha um movimento de separação do que seriam reinos distintos da “economia”, “cultura” e “política”. Entretanto, temos de lembrar que um dos mais importantes desafios de Marx foi, justamente, a percepção da totalidade. Ainda assim, o debate da cultura tem ocupado uma posição controversa no interior do marxismo.
A “determinação em última instância” da economia e a metáfora “base x superestrutura” têm sido centro de debates acalorados. Apesar de todo esse campo, repleto de contradições que a cultura abarca, é inegável a importância que ela tomou ao longo dos últimos séculos como arma e arena da luta de classes (para tomar a expressão tão cara a Bakhtin). Denúncias da alienação da “cultura de massas” no início do século XX, a disseminação de lutas pelo direito à diversidade e a construção de políticas internacionais de reajuste do capitalismo baseadas na ideia de “cultura” (as conferências da UNESCO são exemplo clássico) na segunda metade desse longo século são apenas alguns dos momentos mais emblemáticos desse processo. A cultura, seja como for entendida, tem sido um importante vocabulário para as lutas sociais.
É partir dessa percepção de que o enfrentamento da cultura é urgente para qualquer projeto de superação do capitalismo, que chegamos à proposta de elaboração de um material que sirva como ferramenta de reflexão e luta. Um livro que, com linguagem simples e preço acessível, enfrente as questões que até aqui foram incômodas ou periféricas para o marxismo vulgar e estabeleça bases para a sua compreensão à luz do próprio materialismo histórico e da teoria crítica. Se os dilemas da cultura têm sido apontados como fragmentadores das lutas sociais e inauguradores de uma era “pós-moderna” em que as preocupações com a universalidade teriam encontrado seu limite, nossa proposta é demonstrar como, a partir do resgate da totalidade, da história, é possível pensar o problema da cultura.
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): Antonio Euzébios Filho
- ASIN: B01440GE6U
- Idioma: Português
- Tamanho: 450 KB
- Nº de Páginas: 116
- Categoria: Arte, Cinema e Fotografia
Amostra Grátis do Livro
Faça a leitura online do livro Identidade, arte e cultura: contribuições marxistas., escrito por Antonio Euzébios Filho. Esse é um trecho gratuito disponibilizado pela Amazon, e não infringe os direitos do autor nem da editora.