Hotel Califórnia

Por dias ele explorou a costa oeste, as cidades fantasma que beiravam o deserto e os cassinos e jogos de azar. Sozinho em seu carro alugado dirigindo pelas estradas, era como se tivesse o mundo nas mãos. Fazia pequenas paradas apenas para descansar os pés e deixar a mente vagar. Foi numa delas que conheceu o Hotel Califórnia, um lugar bom demais para ser verdade. Bom demais para um estabelecimento à beira de uma rodovia quase abandonada. Bom o suficiente para abrigar vários hóspedes em seus corredores sinuosos, só apareciam de noite, para as festas e banquetes.

Encantado com a rotina espirituosa do hotel, Antônio entrou de cabeça num mundo de luxo, festas e euforia, acompanhado de outros hóspedes e dos próprios funcionários do estabelecimento, ouvia sobre a felicidade do gerente em tê-los consigo. Ele só não imaginava que, por trás de todos aqueles espelhos, salões de baile e jardins coloridos, havia um labirinto de segredos sórdidos sobre as pessoas que lá estavam.

Um conto inspirado na música “Hotel California”, do Eagles.