HISTÓRIA UNIVERSAL DO MAIO DE 1968 NA UFPR: ou NOSSOS FILHOS, LOIROS DE OLHOS AZUIS, SÃO UNS ASSASSINOS

Por Renato Lopes Leite
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Em 12 de maio de 1968, no Centro Politécnico da UFPR, em Curitiba, houve um confronto entre a policia e os estudantes contrários a privatização da Universidade. “Daqui vocês não passam. Se tentarem o pau quebra”, grita o comandante.

A cavalaria avança e pisoteia uma estudante. Outros são feridos por golpes de sabres, cassetetes e pisões de cavalos. Correria para trás dos veículos e residências. Quando a jovem estava sendo pisoteada, um grupo inicia a luta corpo a corpo. Seguem-se rojões: um cavalo derruba o soldado, que quebra a perna.

A tropa recua, e o comandante brada: “Atiraram num dos nosso. Ele está ferido. A coisa agora vai engrossar”. Rojões, pedras, rolhas e bolas de gude com estilingues prolongam-se por duas horas. Em maior número, os policiais prendem 59 estudantes. Os outros estudantes acampam em frente a cadeia. No dia 14 de maio, terça-feira, ocupam a Sede da UFPR e levantam uma grande barricada.
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A extrema direita militar usa do espantalho do levante estudantil para recorrer a um “plano diabólico e hediondo”. Os atentados terroristas de direita com autoria oculta atingem o pico em 1968, decaem em 1969 e desaparecem, de todo, entre 1971 e 1975. O terrorismo de direita se oficializa. Torna-se terrorismo de Estado, diretamente praticado pelas organizações militares institucionais.

O contexto do terrorismo de Estado é dado pelo presidente Lyndon Johnson. No final de 1965, quando a Guerra do Vietnam estava paralisada, Tom Wicker, chefe do Times em Washington, publicou uma dura análise sobre a guerra e seus perigos um dia antes de ele e seus colegas do corpo de imprensa da Casa Branca voaram até a fazenda do presidente Johnson por um longo fim de semana. Houve uma coletiva de imprensa no manhã de sábado e os repórteres foram informados que não haveria mais eventos. Em algum momento, o presidente, dirigindo, como costumava fazer, um Lincoln conversível branco, dirigiu até a piscina da imprensa a uma velocidade vertiginosa, pisou no freio, abriu a porta da frente direita – todos os olhos estavam nele – gritou “Wicker” e fez um movimento de vir aqui. O jornalista Tom Wicker entrou no carro e os dois aceleraram por uma estrada de terra empoeirada. Nenhuma palavra foi dita. Depois de um momento, Johnson mais uma vez pisou no freio, parando perto de uma árvore. Deixando o motor ligado, ele desceu, andou alguns metros em direção às árvores, parou, puxou as calças e defecou à vista. O presidente limpou-se de folhas e grama, puxou as calças, subiu no carro, virou-o e correu de volta para a reunião de imprensa. Uma vez lá, novamente os freios foram acionados e o jornalista Tom Wicker, ao descer, pensou: “O filho da puta nunca irá terminar a guerra”. A Guerra continuaria sem cessar.

Outro exemplo de terrorismo de Estado é que, em 1970, Nixon escondeu o bombardeio secreto de B-52 no Camboja por quatorze meses. A principal função de tais bombardeios do Camboja era transportar armas nucleares e permanecer em constante patrulha aérea nas bordas da Rússia e da China. Os pilotos do B-52 eram apenas um comando presidencial apto a fazer bombardeio nuclear na Rússia e iniciar a Terceira Guerra Mundial. Ou seja, a integridade do dissuasor nuclear dos Estados Unidos estava sendo atropelada por alguém no topo do governo Nixon, imerso em uma guerra perdida, que pedia para os pilotos mentirem.

Características do eBook

Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:

  • Autor(a): Renato Lopes Leite
  • ASIN: B07Z2F8BVV
  • Editora: LabHistoria, Curitiba
  • Idioma: Português
  • Tamanho: 9227 KB
  • Categoria: Ciências

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