Górgona: Paradigma da criação de imagens (YMAGO ensaios breves (2018) Livro 2)
Por Françoise Frontisi-Ducroux Neste ensaio, Frontisi-Ducroux questiona como a imagem de um verdadeiro tabu descritivo surge paradoxalmente tão profusa na Grécia antiga. Como foi possível que um rosto que os poetas renunciaram a descrever se tenha tornado objecto de uma figuração gráfica e plástica tão abundante?
A Górgona, Medusa ou Gorgo é essa figura mítica insuportável para a visão que afinal constitui um paradigma da produção de imagens. Por um lado, o olhar da Górgona tem a capacidade iconopoética de produzir imagens – figuras sideradas e petrificadas pelo pavor que provoca –, por outro lado, a sua eficácia é visual, o que significa que, ainda que perigosamente, se oferece ao olhar. Rosto petrificante, produtor de imagens, ícone do terrível e monstruoso, a cabeça decepada da Górgona traduz a visão impossível da morte ao mesmo tempo que expressa a possibilidade mimética de configurar o invisível, o medo, ou melhor, os seus simulacros.
A visão do não-visível, do hediondo e monstruoso, do horror indizível da morte, são aspectos fundamentais da cultura grega cuja compreensão passa pelas dimensões cultuais e religiosos do mito. Porém constituem aspetos fundamentais deste mito o reflexo protectivo ou o efeito atemorizador, o tema da visão e da mimese visual, susceptíveis e de facto objeto de amplo tratamento estético.
Frontisi-Ducroux explora tanto os exemplos e motivos da figuração que decorrem das narrativas como ainda as singularidades imagéticas que pertencem à invenção dos artistas, hábeis em suscitar novas composições, relações visuais e sentidos, como aspectos indissociáveis do mito.
A Górgona, Medusa ou Gorgo é essa figura mítica insuportável para a visão que afinal constitui um paradigma da produção de imagens. Por um lado, o olhar da Górgona tem a capacidade iconopoética de produzir imagens – figuras sideradas e petrificadas pelo pavor que provoca –, por outro lado, a sua eficácia é visual, o que significa que, ainda que perigosamente, se oferece ao olhar. Rosto petrificante, produtor de imagens, ícone do terrível e monstruoso, a cabeça decepada da Górgona traduz a visão impossível da morte ao mesmo tempo que expressa a possibilidade mimética de configurar o invisível, o medo, ou melhor, os seus simulacros.
A visão do não-visível, do hediondo e monstruoso, do horror indizível da morte, são aspectos fundamentais da cultura grega cuja compreensão passa pelas dimensões cultuais e religiosos do mito. Porém constituem aspetos fundamentais deste mito o reflexo protectivo ou o efeito atemorizador, o tema da visão e da mimese visual, susceptíveis e de facto objeto de amplo tratamento estético.
Frontisi-Ducroux explora tanto os exemplos e motivos da figuração que decorrem das narrativas como ainda as singularidades imagéticas que pertencem à invenção dos artistas, hábeis em suscitar novas composições, relações visuais e sentidos, como aspectos indissociáveis do mito.
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): Françoise Frontisi-Ducroux
- Tamanho: 3228 KB
- Editora: KKYM
- Idioma: Português
Amostra Grátis do Livro
Faça a leitura online do livro Górgona: Paradigma da criação de imagens (YMAGO ensaios breves (2018) Livro 2), escrito por Françoise Frontisi-Ducroux. Esse é um trecho gratuito disponibilizado pela Amazon, e não infringe os direitos do autor nem da editora.