Ghosts: Amor Invisível

”…meu quarto estava muito escuro e eu estava muito cansada, aquele escurinho estava irresistível então eu voltei a dormir, caí num sono profundo mesmo com aquela penetração, meia hora depois despertei novamente no meio da noite mas já não sentia a penetração, antes que eu pudesse fechar os olhos ouvi alto e claro uma voz masculina e jovial dizer tranquilamente:

– Toque no meu pé. – Disse a voz que parecia vir de cima de mim. Foi quando eu notei que meu quarto estava mais escuro que o normal, não dava pra ver nada, eu não via ninguém e também não sentia ninguém em cima de mim, fiquei com um medo enorme, mas mais medo ainda eu tinha de desobedecer a ordem dessa voz misteriosa e suspeita, eu conseguia ouvir o barulho da minha mãe cozinhando na cozinha, aquilo não era um sonho, era real, eu estava no meu quarto mesmo. Me sentei na cama e fui tateando com a mão direita o ar perto do meu pé, onde eu imaginei estar o pé do invisível, “Deve ser garras de um monstro, ele quer me machucar com as unhas!!!” pensei enquanto tateava lentamente o ar , meu coração estava acelerado, então eu toquei algo macio e bem quentinho, fui fechando minhas mãos bem devagarzinho essa coisa macia e então senti dedos de pé, era realmente um pé, um pé humano, as unhas estavam bem feitas, não eram garras enormes, nem unhas afiadas, eu não soube que reação ter, mas meus batimentos cardíacos acalmaram.

– Agora toque na minha mão. – A voz era doce, calma e muito jovem, eu estava mais confiante, ele não era o monstro que eu pensava, deitei na cama e fui apalpando o ar novamente com minha mão direita onde eu acreditava estar a mão dele, fui tentando até que encontrei, acho que era a mão mais macia e gostosa que já toquei, a temperatura era deliciosa, bem quentinha, o que era bom para o clima invernal de Julho, não tinha unhas pontudas e não me machucou em momento algum, as unhas estavam bem feitas como de uma manicure masculina, eu não queria desgrudar daquela mão, estava tão curiosa, agora estava mais satisfeita, tranquila em saber que ele existia, que eu finalmente toquei nele, e que ele tinha a aparência humana mas ele soltou da minha mão e então na escuridão eu vi uma fumaça cinza girando em círculo como um furacão deitado acima de mim e sumiu. Me deu uma vontade de dormir muito forte, um sono muito pesado, de repente, irresistível, eu fechei os olhos, e em 10 segundos o sono sumiu, abri os olhos, demorou cinco minutos para eu me tocar de que algo incrível tinha acabado de acontecer comigo, então me levantei e voltei a apalpar o ar em cima da cama para encontrar o corpo dele mas não havia nada.

Eu não dormi mais aquela noite.”