Geografia da escravidão: No vale do Paraíba cafeeiro, Bananal, 1850-1888
Por Marco Aurélio dos SantosO fundamento desses dois processos residiu na escravização massiva e ilegal dos africanos que aqui chegaram durantes as décadas de 1830 e 1840. Posteriormente ao fim do tráfico transatlântico, em 1850, a enorme engrenagem de exploração do trabalho humano continuou a ser alimentada pelo tráfico interno de escravos.
O município de Bananal, localizado na fronteira da província de São Paulo com a do Rio de Janeiro, esteve no coração dessa história. Com as lentes voltadas para a segunda metade do século XIX, Marco Aurélio dos Santos nos apresenta uma perspectiva altamente original para sua compreensão, por meio da análise do que ele denomina como a geografia da escravidão.
Para comandar o trabalho escravo, os senhores ordenaram o espaço das fazendas com o objetivo de impor rígidos protocolos disciplinares. A vida escrava deveria obedecer a uma ordem espacial que regularia minuciosamente seu tempo e movimento. Os escravos, no entanto, operando dentro do campo estipulado pelos senhores, procuraram a cada momento inverter a lógica espacial que lhes era imposta e, ao fazê-lo, lograram criar uma geografia alternativa àquela dos senhores. No entrechoque da geografia dos senhores e da geografia dos escravos, produziu-se a dinâmica concreta da escravidão no mundo do café.
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): Marco Aurélio dos Santos
- Tamanho: 5528 KB
- Nº de Páginas: 334
- Editora: Alameda Casa Editorial
Amostra Grátis do Livro
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