FUI SONHAR E NÃO VOLTEI

Uma das frases mais proferidas deste século é: “fulano está em um processo de desconstrução”. Então, caros leitores, esta é a lógica por trás deste livro. Elvis Ferreira de Morais remexeu o seu baú de memórias e tirou todo o mofo que estava por lá com verdades sobre a sua pessoa e os seus métodos de escrever que, na maioria das vezes, tiveram insucessos gritantes. Um mergulho nas águas da percepção em que o autor usou apenas a sinceridade para respirar. Este trabalho resume uma vida que teve a rotina de constantes desafios onde a tarefa de sacudir a poeira e dar a volta por cima ocorreu constantemente, tanto no campo pessoal quanto na meta de se tornar um autor reconhecido pelo seu trabalho. “Fui Sonhar e Não Voltei” também se envereda para o lado de saber lidar com as frustrações e as lições que podemos tirar no sentido de melhorar como ser humano e de aprimorar também o texto de cada obra para que o melhor texto possível seja levado ao leitor. Expor os problemas e apresentar as vitórias em batalhas suadas pode ser um combustível de positividade para muita gente que também decidiu encarar de vida de frente, sem aquele temor de pecar pela omissão.
Outra palavra muito usual nestes tempos de desafios constantes é a sagrada resiliência. Elvis Ferreira de Morais sabe muito bem disto e a pratica com muita freqüência. Não é simples para qualquer ser humano se educar para vida. Trata-se de uma tarefa que deve ser estudada cotidianamente porque aprender é o caminho mais seguro a ser seguido por todos nós, seres ditos racionais. “Fui Sonhar e Não Voltei” é um grito que cansou de ficar preso na garganta do autor e que as gerações precisam ouvir para serem testemunhas de uma luta por reconhecimento e uma luta por autoconhecimento.
O complicado mesmo foi encaixar este trabalho em um gênero específico. Entretanto, o que deve mesmo ficar registrado nesta obra é a capacidade de uma pessoa simples acreditar na sua aspiração mais visceral, cair em algumas oportunidades e voltar a ter o mesmo sonho sem se importar com as críticas destrutivas que o cercam (ou até mesmo o inominável crime da indiferença que muita gente exerce sem o menor pudor ou responsabilidade). Esta obra, deveras intensa e emocional, mostra a capacidade de um indivíduo conviver com o mal da depressão e, paralelamente, ter que administrar as constantes quedas advindas das frustrações geradas pelas tentativas de se encaixar de alguma maneira no mundo literário de um país como o Brasil que possui tantos problemas socioculturais. Enfim, caríssimos leitores, este é um convite a uma leitura que sequer é dividida por capítulos. Direta e reta. Sincera e passional em certas ocasiões. Que todos possam conhecer este escrito que praticamente um documentário sobre o escritor Elvis Ferreira de Morais porque, senhoras e senhores, este caudilho do pampa riograndense sabe exatamente o que o Apóstolo Paulo de Tarso quis dizer sobre combater um bom combate. Fiquem com Deus e boa leitura!