Fronteira de Bloqueios: trilogia

Um reino em busca de si próprio, Portugal, porque está exaurido o ouro do Brasil e os ingleses se apoderam das suas produções mas vantajosas, procura encontrar na produção própria e nas pescas uma solução para se colocar ao par com as outras nações europeias, onde já se sente a força das novas ideias do iluminismo. Para tanto, decide criar, no seu reino do Algarve, um empório para a pesca do atum, corvina e sardinha e abastecer a própria população. Ergue na foz do Guadiana de raíz, uma cidade fábrica e desafia as companhias portuguesas para ali se instalarem.

É nos alvores destas movimentações políticas que Mariana Domingues, filha de um lavrador, casa com um nobre visconde João de Saboia, mas é acusada de bigamia e degredada para o couto de homiziados de Castro Marim, ao mesmo tempo que um padre, António Brandão, descendente de famílias abastadas da região de Setúbal, ligadas à exploração das salinas, é condenado por ter engravidado uma jovem, quando as hormonas falaram mais alto, no recato do confessionário, e sofre idêntico castigo. É assim que ambos se encontram, na ocasião em que Mariana percorria já os escassos quilómetros que a separavam da rota dos almocreves, a sul de Mértola e chegam à vila de Castro Marim precisamente à hora do terramoto de 1 de Novembro de 1755. Aproveitaram a circunstância proporcionada pela desorganização provocada pelo desastre para se instalarem como armadores nas pescarias de Monte Gordo e proprietários de salinas em Castro Marim, graças ao auxílio que prestaram aos habitantes, a seguir à tragédia, e ao dinheiro que transportavam . E vão ali viver e assistir ao nascimento e inauguração da Vila Real de Santo António.