Num monastério antigo morria com a idade de 38 anos, mas aparentando 50, Frei Simão. Calado e taciturno, ranzinza e solitário morrera de uma doença grave. Vivera seus últimos 5 anos em completa clausura, apenas saindo dali para se alimentar ou ir ao banheiro. Antes de morrer, o bispo chefe foi ouvir sua confissão e escutou apenas poucas palavras que aterrorizaram: “Morro odiando toda a humanidade!” O pobre bispo não sabia o que dizer disto e a dúvida de todos somente foi esclarecida quando achou-se um rolo de papel em que ele narrava suas desventuras.Pelo rolo soube-se que ele era filho de um casal de comerciantes prósperos e sempre foi temente ao pai. Possuía uma irmã de criação, Helena. Menina linda, meiga e delicada havia ficado órfã muito cedo e foi criada pelo padrinho. Foi bem recebida em casa, alimentada e educada.Tornou-se a irmã do Frei. Mas quando cresceram, ambos se apaixonaram, mas a paixão não foi aceita pelo pai. Ele tinha interesse em casar o filho com uma moça rica, por causa do dote. Escreveu a um sócio, que morava longe e mandou o filho para lá. Só que o filho não sabia que era para separá-los. Os meses se passaram e os amantes começaram a se escrever, declarando seu amor. Não tardou, o pai descobriu e proibiu as cartas. Por fim casou Helena com um agricultor que morava noutro condado e escreveu ao filho dizendo que ela contraíra uma moléstia e morrera. Era para ele voltar. Simão não voltou, entrou para o serviço religioso e tornou-se Frei Simão. Formado, foi convocado pelo bispo a pregar em outro lugar, mas antes passou pela casa do pai para revê-lo, já que era caminho. Contou aos pais onde ia e seus pais desesperados não queriam que ele lá fosse. Mas ele foi. Lá chegando, o povo o aguardava na velha igreja, pois sua fama como orador era muito grande. Começou a pregar. Logo chegou um casal de agricultores e veio sentar-se na frente para entende-lo melhor. O homem prestativo, a mulher de uma melancolia impressionante. De repente um grito é ouvido e a mulher cai desmaiada. O sermão é interrompido, todos observam a cena. O padre reconhece Helena, que não morrera e sim casara com outro, forçada pelo pai. Em choque Helena morre alguns dias depois para desespero de seu marido que a amava muito. Simão enterra-se no convento e não sai mais. Enlouquece. Tempos depois, um velho miserável pede ao abade superior para morrer no convento. Pede perdão ao filho, Simão. A mãe morrera algum tempo antes. Dizem que o velho também enlouquecera e logo depois morreu. Simão teve o mesmo fim.