Fintechs: cinco ensaios

Advogado, árbitro, articulista e autor de vários livros, Jairo Saddi é um de nossos maiores especialistas em Direito Bancário e em Direito e Economia em geral. Ele agora nos brinda com uma obra sobre tecnologia financeira, a inovação mais disruptiva no setor em décadas. O foco são as fintechs, empresas abertas para explorar as oportunidades criadas pela internet, a grande expansão na capacidade de armazenamento e processamento de informação e a inteligência artificial. Ao longo de cinco ensaios, inter-relacionados e complementares, Saddi discorre sobre o que fazem essas empresas, os desafios que enfrentam e trazem para as incumbentes e os reguladores, e sobre como podem mudar o setor nos próximos anos.
Saddi recorre à diferenciação entre inovação de processo e de produto para analisar essa mudança. Ao fazê-lo, detalha inúmeros avanços observados até aqui, em especial em torno dos serviços de meio de pagamentos, que têm facilitado a bancarização e pressionando as margens dos bancos. Mas se pergunta até onde irá essa revolução tecnológica no setor bancário sem a participação das Giantechs, as gigantes internacionais como Facebook, Amazon, Apple, Google e Alibaba, mais capacitadas para criar novos produtos, em um setor que presta vários serviços não facilmente commoditizáveis. E aqui entra o conflito entre tecnologia e soberania em um setor chave de qualquer economia. O autor conclui traçando cenários para o futuro, apontando o que lhe parece mais provável. Com as ferramentas que o livro lhe dá, você poderá tirar suas próprias conclusões sobre o que espera o setor financeiro nos próximos anos.
O livro é uma obra atual, que apresenta e questiona as visões que se tem sobre o que está em curso no setor financeiro e que se tornará uma referência para praticantes e acadêmicos. Mas ele é muito mais que isso. É também um livro que provoca, que faz pensar e refletir sobre essa incrível e veloz mudança que estamos experimentando em nossas vidas, pessoais e profissionais. Ele nos ajuda a entender o que os bancos e a grande imprensa falam, mas também a pensar em como nos aproveitarmos desses novos tempos.

Armando Castelar Pinheiro
Coordenador de Economia Aplicada do Ibre/FGV, Professor da Direito-Rio/FGV e do IE/UFRJ