FELIZ NATAL ! OU NÃO: Um romance de natal

“Olá, meu nome é Léah e tenho 24 anos. Eu me formei na escola Sophie Lecomte há um ano e trabalhei seis meses com a trupe do musical de Guillian Vidal. ”

Não está indo nada bem. Já estou ensaiando minha apresentação em frente ao espelho do banheiro há mais de trinta minutos e ainda pareço recitar uma das fábulas de La Fontaine. O pior de tudo isso é que não consigo não corar quando é apenas o meu próprio reflexo na minha frente! Vá minha caçarola! Vá em frente, droga! Este trabalho é a oportunidade do século. Que jovem profissional não sonharia em se tornar a maquiadora artística de Mathilda Rey durante as filmagens de seu último filme? Parece que acontecerá na costa azul, em direção a Nice. Aaaahhhh estou toda animada! Eu tenho brilho nos meus olhos! Eu preciso desse trabalho. Coloquei uma mecha loira atrás da orelha, verifico meu rímel e decido ir. Você vai rasgar tudo! Em todo caso, é o que repito para mim mesmo para me dar forças para seguir em frente. No fundo, sinto um grande nervosismo. Eu cruzo os dedos das minhas mãos, os dos meus pés também para aumentar minhas chances. Na minha frente, duas meninas estão sentadas em um banquinho em frente à porta onde as entrevistas estão ocorrendo. Olho o relógio, chego na hora certa, tem que acreditar que eles estão atrasados. Tudo bem, sou paciente. Sento-me ao lado da loirinha, assim que a porta se abre. A morena se levanta e sorri. Ela parece estar segura de si em princípio, o que é um bom ponto. Ela alisa o vestido lápis e balança em direção ao cara de cabelos grisalhos que deveria ser o entrevistador. Ele parece austero e não parece muito acolhedor. Eu engulo uma bola de angústia e meu pé bate no chão, apesar de tudo. Mais de vinte minutos depois, a porta se abre novamente e a morena aparece,
Droga, está morto!