Factos Notaveis da Historia Portugueza e Biographia do Marquez de Pombal

Avaliando os lucros da silvicultura, dois factos devemos ter em conta: o consumo progressivo da madeira por cada habitante, em todo o mundo, apesar da introducäào de materiaes que a substituem; e mais a exploraäào, destroäo e destruiäào das florestas virgens pelo fogo, especialmente das que continham as madeiras de construcäào mais importantes. D’aqui resultou jÞ uma escassez apreciavel de offerta de madeira, como æ manifesto pela firme subida de preäos em todos os mercados e pela baixa de qualidade. Nào parece possivel fugir Þ conclusào de que esta tendencia ha-de continuar a accentuar-se, e de que por todo este seculo temos a contar com uma subida de preäos certa e muito consideravel. A seguranäa de collocaäào economica que a cultura florestal offerece tem, por conseguinte, todas as probabilidades de ser d’aquellas que vào melhorando com um augmento de lucros correspondente.º Isto dizia um interessantissimo relatorio apresentado, em 1909, ao parlamento inglez, por uma commissào nomeada para dar parecer sobre varias questñes que se prendiam com o desenvolvimento da cultura florestal na Inglaterra, de iniciativa e conta do Estado. E, se isto era uma verdade de larguissimo alcance entào, antes da guerra, e indiscutivelmente o era, agora, depois do desperdicio colossal de madeiras a que acabamos de assistir, e quando madeiras faltam para tudo, achamos o salutar aviso de homens intelligentes e auctorisados jÞ posto em termos de demonstraäào prÞtica eloquentissima, com que a calamidade confirmou a previsào e o conselho. Observa aquelle relatorio que as mattas, davam ªum producto para o qual parecia haver uma procura quasi illimitadaº. Mas hoje o problema aggravou-se, a ponto de que nào ha que discutir as possibilidades de procura que os productos florestaes possam ter. Apenas teremos a cuidar de saber por que modos se poderÞ attenuar a fome de madeiras que vai pelo mundo, e particularmente na Europa, partindo do principio que a satisfaäào completa æ de todo impossivel, tratando-se de uma riqueza que na melhor hypothese leva 25 annos a criar e, em muitos casos, aliÞs normaes, carece de 80 annos para se constituir capazmente. Evidentemente, nào ha caixa economica que, em seguranäa e rendimento, se compare com a plantaäào d’uma arvore. Ç capital posto muitas vezes a 100, 200 ou 300% ao anno. Meu pai vendeu a 4$500 ræis Eucalyptos de 20 annos, cuja plantaäào lhe havia custado a 40 ræis cada um, ha muito tempo, quando ainda em Portugal se usavam libras; e eu vendi agora a 18 escudos australias plantadas ha 17 annos, e postas na terra a menos de tostào cada uma. Os economistas costumam dizer que a exploraäào florestal æ empreza a tào largo praso que nào ha que fiar na paciencia e tenacidade individual, e deve ser confiada Þ administraäào do Estado e Þ sua persistencia. Mas, pois que muitas coisas fazemos sïmente para deixar aos filhos, eu diria a quem podæsse dispñr de um modestissimo peculio que comprasse uma leirita de bravio e a arroteasse e plantasse de arvores, se queria estar certo de multiplicar seus parcos bens e legar aos filhos um pæ de meia em que nào entra traäa e que durante a vida nos deu sombra e prazer, e esta inefavel delicia de criar. Ç n’estas circumstancias que por favor da natureza, e favor muito menos vulgar do que geralmente se imagina, nos achamos senhores de largas regiñes onde æ possivel a cultura do Eucalypto, com antecipada certeza de sua prosperidade.

Características do eBook

Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:

Autor(a): Josefina Pinto Carneiro Perestrelo
ISBN-10: 3752493216
ISBN-13: 978-3752493214
ASIN: B00AHDHF0S
Editora: Library of Alexandria
Idioma: Português
Tamanho: 509 KB
Nº de Páginas: 91
Categoria: História

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