Richard Lewis nos lembra, nos livros O preço da Tranquilidade e Aproveitando a Adversidade, que uma coisa é estudar os princípios do estoicismo, e outra é aplicá-los em nossas vidas diárias. Após isso, ele mencionou algumas técnicas que ele experimentou para nos ajudar. Meu objetivo ao escrever este ensaio é tentar avançar nesse sentido.
Definições estoicas da filosofia podem parecer diferentes à primeira vista, mas na realidade eles estão muito próximas umas das outras. De acordo com Sêneca, ‘alguns diziam que ela consistia em exercer a virtude (studium virtutis); outros, que era de realizar a correção de nossa mente (studium corrigendae mentis) e, consequentemente, alguns inferiam que era a busca do raciocínio certo (adeptitio rectae rationis).
Em termos concretos, a filosofia consiste em exercitar virtude. Virtude, que constitui excelência ou nobreza (arete) da vida humana, é também a saúde do psiquismo. Zenão de Cítio escolheu dizer que a virtude consiste em ‘viver de acordo com’ (homologoumenos zein) expressão que pode ser compreendida tanto como a conformidade de cada um de nós com o logos e a conformidade da razão consigo mesma, isto é, livre de paixões.
A virtude é também considerada como uma ciência (episteme), o que significa a compreensão plena de um número de noções que formam um sistema coerente e verdadeiro. O que estoicos antigos tentaram explicar usando o termo ‘compreensão plena’ era uma virtude que não deveria ser compreendida apenas através de mera investigação intelectual, mas também através da incorporação da experiência.
Outra noção muito importante é a ideia de que cada um de nós é seu próprio terapeuta. Para os antigos, o termo therapeutes tinha dois significados. Ele pode ser traduzido como ‘o que serve ou o que cuida, o que adora ou o que cura’. Entretanto, Marco Aurélio diz que o homem não deve falhar “em se agarrar fortemente ao espírito guardião que existe dentro dele e servi-lo única e exclusivamente”’ (pros nomo to endon eanton daimoni einai kai touton guesios therapeuein). Os estoicos antigos também praticavam a medicina (iatrike), mas a profissão deles era superior ao que se praticava normalmente nas cidades, que curava apenas o corpo, pois eles também visavam a cura da mente, quando esta fosse vítima de doenças graves chamadas paixões.
Tudo isso é muito interessante, mas não nos explica como devemos proceder para sermos virtuosos.
Cada escola helenística de filosofia, incluindo a cética, tinha seus próprios exercícios espirituais (askesis, melete), i.e., práticas pessoais e voluntárias destinadas a provocar uma transformação interior.
Apesar do fato de que muitos textos se refiram a esses exercícios, nenhum tratado sistemático exaustivamente codifica uma teoria e uma prática de askesis (ascese), pois este ensinamento era transmitido provavelmente de modo oral. No entanto, Pierre Hadot supõe que alguns tratados sobre tais exercícios existiram, mas agora estão perdidos.
Sabemos pouco sobre as práticas dos antigos estoicos. Na verdade, apenas um pequeno e útil tratado escrito por Musônio Rufo sobreviveu, no qual ele distingue duas categorias principais de exercício.
Definições estoicas da filosofia podem parecer diferentes à primeira vista, mas na realidade eles estão muito próximas umas das outras. De acordo com Sêneca, ‘alguns diziam que ela consistia em exercer a virtude (studium virtutis); outros, que era de realizar a correção de nossa mente (studium corrigendae mentis) e, consequentemente, alguns inferiam que era a busca do raciocínio certo (adeptitio rectae rationis).
Em termos concretos, a filosofia consiste em exercitar virtude. Virtude, que constitui excelência ou nobreza (arete) da vida humana, é também a saúde do psiquismo. Zenão de Cítio escolheu dizer que a virtude consiste em ‘viver de acordo com’ (homologoumenos zein) expressão que pode ser compreendida tanto como a conformidade de cada um de nós com o logos e a conformidade da razão consigo mesma, isto é, livre de paixões.
A virtude é também considerada como uma ciência (episteme), o que significa a compreensão plena de um número de noções que formam um sistema coerente e verdadeiro. O que estoicos antigos tentaram explicar usando o termo ‘compreensão plena’ era uma virtude que não deveria ser compreendida apenas através de mera investigação intelectual, mas também através da incorporação da experiência.
Outra noção muito importante é a ideia de que cada um de nós é seu próprio terapeuta. Para os antigos, o termo therapeutes tinha dois significados. Ele pode ser traduzido como ‘o que serve ou o que cuida, o que adora ou o que cura’. Entretanto, Marco Aurélio diz que o homem não deve falhar “em se agarrar fortemente ao espírito guardião que existe dentro dele e servi-lo única e exclusivamente”’ (pros nomo to endon eanton daimoni einai kai touton guesios therapeuein). Os estoicos antigos também praticavam a medicina (iatrike), mas a profissão deles era superior ao que se praticava normalmente nas cidades, que curava apenas o corpo, pois eles também visavam a cura da mente, quando esta fosse vítima de doenças graves chamadas paixões.
Tudo isso é muito interessante, mas não nos explica como devemos proceder para sermos virtuosos.
Cada escola helenística de filosofia, incluindo a cética, tinha seus próprios exercícios espirituais (askesis, melete), i.e., práticas pessoais e voluntárias destinadas a provocar uma transformação interior.
Apesar do fato de que muitos textos se refiram a esses exercícios, nenhum tratado sistemático exaustivamente codifica uma teoria e uma prática de askesis (ascese), pois este ensinamento era transmitido provavelmente de modo oral. No entanto, Pierre Hadot supõe que alguns tratados sobre tais exercícios existiram, mas agora estão perdidos.
Sabemos pouco sobre as práticas dos antigos estoicos. Na verdade, apenas um pequeno e útil tratado escrito por Musônio Rufo sobreviveu, no qual ele distingue duas categorias principais de exercício.
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): Ellen Buzaré
- Tamanho: 2730 KB
- Nº de Páginas: 38
- Idioma: Português
Amostra Grátis do Livro
Faça a leitura online do livro EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS ESTOICOS, escrito por Ellen Buzaré. Esse é um trecho gratuito disponibilizado pela Amazon, e não infringe os direitos do autor nem da editora.