Estranho

Contos sobre o mais íntimo dos sentimentos: o fascínio pela morte. Seis histórias com personagens não apenas aterrorizando, mas expondo a alma. Tudo aqui é estranho demais. Seres perturbados, mantidos vivos pela desilusão diante do amor perdido e do sofrimento desumano. Mas quem disse que são humanos?
Vlad Tepes, o Príncipe da Valáquia, considerava-se um homem, isso porque pouco conhecia do seu passado, nada sabia sobre a mulher para quem se entregou. Alexandra Feodorovna, que ainda acredita ser a grande imperatriz russa, trancafiada em seu fanatismo religioso e orgástico. Trancas de sanatórios que abrigam gritos e seitas que escavam mentes, como a de um lunático cientista que já se encontra enterrado na Floresta Amazônica. Além da portuguesa Bárbara dos Prazeres, a “bruxa sempre bela” que traz lembranças guardadas num livro dourado; na capa, um rei vestido de amarelo. Severa é a maldade que faz sangrar e abortar e que povoa cenários do passado de uma segurança noturna de nome Verônica. Além de vidas sobrevoadas por corvos que chegam para observar a um Edgar Allan Poe, machista e alcoólatra, abominar sua esposa doente.
O que há de comum entre tantos personagens? A morte. Uma amiga para quando o amor lhes falta; pois quando ele nos deixa, o equivalente que nasce é o ódio. E não há nada de estranho em ser assim. Nós somos isso.