ESPORTE 4.0: Ciência e Tecnologia no Alto Rendimento

Deste tempo, em breve as mudanças incrementais provavelmente não farão diferença significativa nas organizações, serão necessárias ideias disruptivas. No cenário da Revolução 4.0, organizações esportivas modernas estão se transformando em plataformas tecnológicas orientadas para o controle da gestão (governança) e desempenho dos atletas por meio da tomada de decisões baseadas em dados. Trata-se da transição do mundo analógico para o digital.

Na Revolução 4.0 não existe esporte de alto rendimento sem ciência. Não existe ciência sem informação. Não existe informação sem dados. Não existem dados sem tecnologias. Não existe tecnologia sem cientistas. Não existem cientistas sem educação de alto nível.

Muito provável que, de modo progressivo, instituições com departamentos de ciência do esporte tenham uma vantagem significante em relação às demais. Pois os cientistas do esporte proverão com dados interpretados e informações baseadas nas melhores evidências, os técnicos, gestores e profissionais da saúde. A inclusão da gestão de projetos em clubes e quadras estará entre os novos paradigmas para competir.

Atletas de alto rendimento e equipes vencedoras provavelmente não serão apenas aqueles com uma capacidade física e aptidão acima da média humana, mas os que possuírem assessoria de cientistas (matemáticos, estatísticos, pesquisadores, analistas de dados), provendo inovação, no sentido de indicar as melhores práticas de treinamento, gestão e saúde, com a expectativa de que isso se traduza em uma vantagem competitiva para atletas e equipes, e econômica para os clubes.

O objetivo da obra é ampliar a discussão sobre o papel da ciência, do pensamento crítico, do estado da tecnologia e do modo como a prática baseada em evidências está modificando o desenvolvimento do esporte num contexto amplo (sócio-econômico); e em particular, nos aspectos de desempenho dos atletas, das equipes e da gestão das instituições.

O conceito da Prática Esportiva Baseada em Evidências funciona como o amálgama dessas ferramentas (ciência e tecnologia), no sentido da sua aplicação efetiva, na prática desportiva, tomando como preceito imperativo a adoção das melhores evidências disponíveis.

A prática esportiva baseada em ciência sedimenta-se como um ponto de inflexão a partir da primeira década do século XXI, devido aos novos processos de levantamento, organização e análise de dados, proporcionado pela emergência de novas tecnologias. Trata-se da revolução 4.0 no esporte, num comparativo à indústria 4.0, um conceito proposto em 2011 que engloba inovações tecnológicas dos campos de automação, internet das coisas (IoT), controle e tecnologia da informação, para tornar os processos mais eficientes, autônomos e customizáveis.