“Agarrei-me a esta ideia como um náufrago à vida. Diante da janela do meu pequeno apartamento olhava as nuvens que passavam naquele céu azul. Formas inusitadas de seres estranhos eram conduzidas pelo vento noroeste. Abaixo, um grupo de árvores com suas copas renovadas de folhas verdes, e as últimas flores amarelas da estação. Final da primavera com poucas chuvas ainda. Tentei memorizar aquelas formas abstratas que fugiam sempre de algo que só acontece entre os eólios. Na estação ligada do rádio, uma música tocava. Aquela música fazia-me lembrar dos pintores impressionistas. Eles foram os primeiros a pensar nas cores como uma luz. Pintaram as sombras e
os tons complementares dos objetos que as projetavam. Muitos tinham a ousadia de pintar a própria luz. Eu estava, assim, diante da vida. Queria evocar qualquer um dos nomes daqueles artistas que viveram no século passado. Qualquer um. Bem diante da janela e gritar por ele a todos os pulmões. Um grito surdo que pudesse
causar um estrondo naquele céu que passava rapidamente diante dos meus olhos. Eu queria uma celebração da arte sem fronteiras. Com isso tecer o mundo. Com os meus olhos. Às vezes, refletimos sobre acontecimentos agradáveis ou dolorosos. Na minha imaginação podia me preparar com antecedência uma maneira mais correta
de reagir sobre eles. Um vislumbre imbuído pelo sentimento de que uma luz, a luz dos pintores impressionistas, já prevista antes do período dominado pelas trevas. Eu a tinha nas mãos.” (…)
os tons complementares dos objetos que as projetavam. Muitos tinham a ousadia de pintar a própria luz. Eu estava, assim, diante da vida. Queria evocar qualquer um dos nomes daqueles artistas que viveram no século passado. Qualquer um. Bem diante da janela e gritar por ele a todos os pulmões. Um grito surdo que pudesse
causar um estrondo naquele céu que passava rapidamente diante dos meus olhos. Eu queria uma celebração da arte sem fronteiras. Com isso tecer o mundo. Com os meus olhos. Às vezes, refletimos sobre acontecimentos agradáveis ou dolorosos. Na minha imaginação podia me preparar com antecedência uma maneira mais correta
de reagir sobre eles. Um vislumbre imbuído pelo sentimento de que uma luz, a luz dos pintores impressionistas, já prevista antes do período dominado pelas trevas. Eu a tinha nas mãos.” (…)
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): Marcio Sgreccia
- ASIN: B07D81HQDL
- Editora: Comunnicar
- Idioma: Português
- Tamanho: 2219 KB
- Categoria: Jovens e Adolescentes
Amostra Grátis do Livro
Faça a leitura online do livro Em nome do vento, escrito por Marcio Sgreccia. Esse é um trecho gratuito disponibilizado pela Amazon, e não infringe os direitos do autor nem da editora.