O fenômeno remonta à queda do regime militar e representa, sem dúvida, o maior sucesso de estratégia gramsciana da história. Nasce da aliança das associações docentes com sindicatos e partidos de esquerda para confiscar a Constituinte no fim da década de 1980. Um momento de suma importância para entender os rumos do ensino, porque, entre barganhas e negociatas, a Carta Magna assentou os fundamentos de uma ditadura cultural que as vertentes de inspiração marxista chamam de “gestão democrática” …
Tentar captar o episódio como fato isolado conduz a perder o alvo por uma distância astronômica, pois a guerra escolar integra uma campanha mais ampla cujas voltas e reviravoltas transcendem de longe os limites do Brasil e as manobras da hora. Sala de aula, na realidade, funciona como átomo ínfimo de um projeto imenso. E professor é inocente útil de uma intenção bem maior que o próprio entendimento.
A Nação – como tantas outras – vive tempos de colonização educacional. Importa conceitos pedagógicos e quadros ideológicos incubados nas universidades norte-americanas para difusão periférica via organismos multilaterais com a cumplicidade ativa de segmentos políticos ironicamente radicados no discurso anti-imperialista.
Diversidade sexual, gayismo, minorias, gênero e demais fantasias a compor o imaginário globalista não emanam do Brasil profundo. São, isto sim, invenções alienígenas a atropelar o ambiente de casa com a ajuda de forças políticas e financeiras de fora. O dinheiro sempre carrega as ideias pelo mundo. E, hoje como ontem, não falta índio para vender a alma em troca de espelhinho. Da Coroa Portuguesa à UNESCO, nada mudou, no fundo.
Longe de gerar pensamento autônomo, CNTE, LDB, PNE, PPP, BNCC e todo o labirinto de entidades, siglas, conselhos ou instrumentos legais a brotar de duas décadas de “governo participativo” trabalharam no ajuste de currículos, valores e comportamentos à regra onusiana, transformando educandário em linha de montagem de cabeças politicamente corretas.
Universidades e ministérios fizeram-se correia de transmissão de uma cosmovisão externa. Veiou das conferências internacionais para o MEC … para as Secretarias … para as escolas … e para a cabeça da garotada.
As páginas a seguir empreendem de confrontar a hipótese com a realidade dos fatos. Para tanto, desmonta o quebra-cabeça ideológico UNESCO. Explica a gênese da psicopedagogia e a conversão da escola em laboratório de psicologia behaviorista a priorizar indução de atitude e produção de funcionalidade social em detrimento dos conteúdos cognitivos. Realiza uma incursão no construtivismo a compor a base pedagógica da geopolítica educacional global. Faz a ponte entre o quadro universal e o plano nacional, percorrendo os mecanismos de internalização do modelo. Identifica, finalmente, os interesses políticos, as forças financeiras e as razões comerciais a mover o mundo nesse rumo …
Sobre o autor.
Jean-Marie Lambert é professor emérito da PUC-Goiás. Natural da Bélgica, estudou Ciências Econômicas na Universidade de Heidelberg (Alemanha) e Direito, na Universidade Católica de Goiás. É mestre em Direito Internacional pela Universidade de Bruxelas, doutor em Ciências Políticas pela Universidade de Liège (Bélgica) e pós-doutor em Ciência da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás.
Características do eBook
Aqui estão algumas informações técnicas sobre este eBook:
- Autor(a): Jean-Marie Lambert
- Tamanho: 1133 KB
- Nº de Páginas: 341
- Idioma: Português
Amostra Grátis do Livro
Faça a leitura online do livro Educação UNESCO: a Clonagem das Mentes, escrito por Jean-Marie Lambert. Esse é um trecho gratuito disponibilizado pela Amazon, e não infringe os direitos do autor nem da editora.