Ecos Bastardos

“Sergio parou o Opala assim que avistou a silhueta da imponente residência contra o céu enegrecido. Saltou do carro e pôs-se a admirar a antiga estrutura com olhos empolgados. Erguido no início do século, o casarão refletia a passagem dos anos, em especial da última década — rachaduras, manchas escuras, venezianas escancaradas, janelas quebradas e telhas ausentes davam o tom da decoração.”

Alzira era casada com Augusto e moravam em uma bela residência na serra de Nova Friburgo. Frustrações encobriram a felicidade que um dia existiu e Augusto teve um filho com a empregada da casa. Uma década depois, a criança desapareceu, a empregada também e o tempo levou Augusto e, por fim, Alzira. Todos se foram, mas o casarão permaneceu firme, esquecido em meio à crescente vegetação, assim como seus muitos segredos.

Intrigado com a história contada por Clarissa, Sergio a convida para um final de semana romântico na serra, incluindo uma providencial visita ao misterioso casarão. Descobrirão algo sobre o passado? Ou sobre o presente? Entre no velho casarão e descubra por sua conta e risco!

“Ignorando a súplica, Sergio inflou o peito e subiu a escadaria, tendo o máximo de cautela a cada novo degrau, a cada ranger mais intenso. Chegou ao segundo andar sob uma rajada de relâmpagos. Olhou ao redor, caminhou para um dos lados e desapareceu.”

Antonio “Tony” DiMarco é carioca de alma italiana, nascido na década de 70 e entusiasta dos eternos anos 80 com sua prolífica produção de hits musicais e sucessos de bilheteria. No campo da escrita de ficção, busca combinar novas ideias com aquelas quase perdidas nos baús da mente, criando narrativas de suspense. Andiamo!

“Do outro lado, uma poltrona de veludo de encosto alto e uma larga escrivaninha repousavam sobre um velho e surrado tapete. Um solitário aparelho descansava sobre o móvel. Na parede, um quadro trazia a pintura em traços precisos de um menino moreno com um sorriso tímido — vigiava o cômodo com grandes olhos escuros e atentos.”