Dois dias, uma noite: Uma fábula existencial da raça humana

Dois dias, uma noite retrata um mundo ficcional um milênio a nossa frente, onde a Terra sofre transformações provocadas por um consumo desenfreado para sustentar 10 bilhões de pessoas e animais, com uma matriz energética baseada em petróleo e carvão, sem de fato se preocupar com a natureza e os recursos naturais. A falta de recursos promove nesses séculos, devido a falta de recursos naturais e empregos, mudanças sociais e tecnológicas, com uma transformação radical na geografia econômica, que garantem uma nova economia sustentada por uma visão ultra capitalista, onde a concorrência é medida por likes de compras instantâneas, muitas vezes por impulso, com produtos muito baratos e entregues em tempos impensáveis no mundo atual. Nesse cenário futurista, as pessoas são subjetivadas dentro de uma sociedade que só se preocupa com os negócios, deixando em segundo plano os sentimentos e as paixões. Nesse novo mundo, não existem mais políticos, mas sim OSG – Organizações Sim Governamentais, que controlam essa maquina de fazer créditos, que alimenta as idiossincrasias dessa sociedade elitizada.
Este livro mostra as atividades de frasru, um ser hibrido, em 48 horas de sua vida sem sentimentos humanos, mas sempre acossado pela dúvida em relação a isso, pois não é feliz, em um mundo dividido em castas, onde as habilidades de negócio são medidas instantaneamente e controlados por uma Mama que pune instantaneamente qualquer desvio de foco, e especialmente os sofismas, que são considerados falta grave, retirando créditos e dificultando a atualização do chip neural. Também nesse mundo coabitam os cidadãos sem condições de acesso, os cisconace, que vivem numa bolha de sentimentos e emoções, podendo ter filhos naturais, coisa impossível nas outras castas. A Terra chegou a essa condição, sem guerras e grandes conflitos através dessa subjetivação, onde o homem não é mais dono do seu futuro, e a liberdade se resume a escolhas preestabelecidas , e onde o monitoramento das mentes objetiva a todos e a inovação não passa de mudanças com o objetivo sempre de vender mais, como propagava Foucalt.