Divagações de quarentena

Era dezoito de março quando realmente me toquei de verdade para tudo o que estava acontecendo. Já eram milhares de mortes. A pandemia do Covid-19 começava a mostrar suas “garras” aqui no Brasil. As medidas e os decretos de isolamento social já começavam a valer, inclusive na minha cidade. As pessoas já começavam a se sentirem aflitas, angustiadas e com medo. Isso era visível nos olhos de todos inclusive nos meus. Os estabelecimentos comerciais começaram a serem fechados: lojas, salões de beleza, lanchonetes…. Já não conseguia ver nada disso aberto. As ruas aos poucos foram ficando desertas. E o número de mortes só aumentado. Todos nós estávamos entrando em pânico com a situação. Todos temíamos serem infectados e passarmos a doença para os idosos de nossas famílias. As pessoas começaram a perderem seus empregos, e o caos foi surgindo. Eu acompanhava tudo pelos noticiários, me sentia muito triste e confusa com tudo que estava a acontecer. Os dias começaram a se passar e o isolamento continuava. As mudanças começaram a surgir em nossas rotinas, pela primeira vez na vida, comecei a trabalhar home office, no começo estava muito estranho, mas penso que ninguém estava preparados para isso. Alguns dias para mim eram fatídicos e muitos ainda o são. Em outros me sentia e, ainda sinto, mais animada, aproveito o tempo a mais para me dedicar a algumas atividades e ao mesmo tempo que vou fazendo reflexões sobre vários assuntos que até então nunca tinha parado para pensar. E assim me encontro fazendo divagações de quarentena.