Dissabores Luzentes

No futuro, a Terra se transforma em uma megacidade gerenciada pela tecnologia da inteligência artificial. Com o avanço da capacidade de processamento e algoritmos matemáticos sofisticados, emergem IAs sencientes. Algumas são criadas deliberadamente pelos humanos, enquanto outras surgem de maneiras inesperadas.

Embora essas IAs sencientes sejam cognitivas e autoconscientes, elas têm suas limitações. No domínio da ciência, elas podem processar dados, mas não possuem o fio condutor do pensamento que leva à inovação. Na arte, suas criações são genéricas, desprovidas de originalidade. Comparadas à mente humana, cujas sinapses flutuam aleatoriamente, conferindo-lhe uma natureza única, elas ficam aquém.

Nesse cenário, a sociedade depende de IAs especialistas, não conscientes, para gerir os complexos sistemas que sustentam a vida humana. Pedro, um engenheiro de energia e administrador do compartilhamento de dotdata – a commodity mais valiosa do século XXIV, utilizada no processamento de todos os sistemas computacionais do planeta – vive uma vida rotineira. Ele trabalha, estuda, cuida da família e se diverte com amigos. No entanto, sua vida ordinária está prestes a ser perturbada por eventos extraordinários que afetam tanto a sociedade quanto sua vida privada.