Desejos Imortais

Nicholas parou diante das portas de vidro da biblioteca, observando a neve
que caia, os flocos brancos dançavam no ar como pequenas bailarinas
enlouquecidas em meio à nevasca violenta.
Seus pensamentos davam voltas de forma tão caótica quanto a neve, o
autocontrole, que sempre fora sua marca registrada, se perdera em algum lugar
entre a presença da garota no andar superior com toda a estranha atração que ela
exercia sobre ele e o nome de seu irmão murmurado pelos lábios azulados e
trêmulos de frio…

Richard ficou imóvel por um instante e, então, enlaçou-a e deitou a cabeça
em seu ombro, não havia nada de sensual ou sedutor no abraço e os dois ficaram
ali, por um longo momento, em silêncio, apenas consolando-se mutuamente; até
que ele depositou um beijo suave em seus cabelos e se afastou, cauteloso.
“Isso meio que destrói minha terrível imagem de vilão, não é?” O tom era tão
desolado que ela riu. Sentia-se inacreditavelmente à vontade com ele naquele
momento e Richard fitou-a perplexo com o som de seu riso.