Desacordados

Ele sentiu que iria viver o primeiro dia de uma nova vida ao abrir os olhos, certa manhã, e descobrir que estivera dormindo nos últimos trinta anos, ainda que sempre tivesse agido como se estivesse perfeitamente acordado. Entrementes, logo entenderia que não somente ele estivera dormindo, mas também a humanidade inteira. Pior! Todos ainda continuavam mergulhados em um sono profundo, sonambúlico, signo de uma alarmante inconsciência coletiva. Alguns estavam mesmo mortos em vida, e já não tinham sequer a mais vaga possibilidade de despertar um dia. Finalmente, em meio à solidão de se sentir o único homem consciente sobre a terra, ele descobre um pequeno grupo de humanos despertos, como ele mesmo. O que viria a seguir?